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sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
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Tudo seco

Clima desértico seca lagos na Capital

Com média de umidade abaixo de 20%, moradores da Vila Vera Cruz sofrem com desaparecimento de lago em parque – Foto: Wesley Costa

Postado em 17 de setembro de 2019 por Leandro de Castro Oliveira
Clima desértico seca lagos na Capital
Com média de umidade abaixo de 20%

Igor Caldas

A seca na Capital começa a fazer efeito sobre os lagos que deveriam aliviar as intempéries climáticas da época da estiagem. O pequeno lago artificial do Parque Jerivá, no Setor Vila Vera Cruz, está quase totalmente seco. No local, parte da lona que compõe o fundo da lagoa está exposta. Moradores do bairro alegam que a maior parte dos peixes que cresciam sob as águas estão mortos. Eles temem que a falta de oxigenação da água possa transformá-la em foco do mosquito Aedes aegypti, o mosquito da dengue.

Rosilda Ferreira Barbosa mora nas redondezas do parque. Nesta época de calor intenso, sua sombrinha vira um objeto obrigatório para se proteger do sol. A dona de casa afirma que todos os anos, na época da estiagem, o lago seca, mas desta vez a situação de falta de água no parque foi a pior de todas. Ela diz que a água desapareceu com muita rapidez e que seria necessário auxílio de um caminhão pipa para os peixes do lago não morrerem.

“Esse ano foi o pior ano de seca aqui. O lago secou muito rápido. Está muito triste ver os peixes morrendo. Enquanto não chover, vai ficar assim. Talvez a solução seria o auxílio de um  caminhão pipa. Ano passado, enquanto estava chovendo, eles vieram e jogaram água com esses caminhões aqui. Na época de chuva, eles jogaram quatro caminhões de água. Mas agora quando precisa não apareceu nenhum.

Para ela, a solução seria o auxílio do caminhão pipa para jogar água, encher o lago e evitar a morte dos peixes. “Os peixes estão morrendo. Tinha cada carpa grande dentro desse lago que você precisa ver. Muitos apareceram mortos, boiando no que resta de água. Tivemos que jogar fora porque começou a ter mau cheiro muito forte”.

A Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) informa que nesse período de seca é normal que o nível dos lagos dos parques abaixem e que o caso será solucionado já na primeira chuva. Ainda assim, tanto Jerivá quanto todos os parques da Capital que contam com lagos estão sendo monitorados e todo o trabalho que é necessário é realizado pelo órgão ambiental conforme demanda.

Público deixa de frequentar parque 

Ela ainda afirma que o parque deixou de ser um lugar atrativo para recreação. O único local de lazer público no bairro Vila Vera Cruz se transformou em um deserto. Tanto na questão da condição climática quanto na frequência de público. A água que foi embora levou também a diversão das famílias que moram na região. Só restou o gramado amarelo sem as típicas toalhas de piquenique que florescem em tempos de chuva. O lago que deveria amenizar o clima seco que paira sobre Goiânia não consegue realizar sua função.

“O efeito da seca esse ano está horrível. A praça virou um deserto. Só temos esse espaço de lazer no bairro todo. Quando tem água aqui, as pessoas vêm com as crianças e jogam lençóis sobre a grama, colchas e tapetes para fazer piqueniques. O lugar fica cheio de gente, com a grama verdinha. Agora nem tem mais jeito porque o clima está tão seco que pode até dar problema de saúde para os pequenos. Na seca, o lago sem água não ajuda a respirar. Aí fica essa tristeza. A praça vazia e inutilizada e feia”, comenta Rosilda.   

Dengue

Rosilda estremeceu de medo ao ser perguntada sobre a possibilidade da água parada do lago se transformar em foco de mosquito da dengue.  “Eu morro de medo. Eu não trago minhas crianças, meus netos para brincar aqui perto de jeito nenhum”. Ela ainda afirma que moradores do prédio reclamam do aumento de infestação de pernilongos.  Para ela, a lona que do fundo do lago deveria ser trocada.

“Está muito seco e a água que resta está muito suja. Acho que o certo seria arrancar essa sujeira. Tirar essa lona e colocar uma nova. Porque está puro barro. Olha o tanto de barro que tem na beirada. Lá no fundo deve ter mais ainda. Nunca vi manutenção aqui nessa praça. Somente o pessoal que vem podar a grama e aguar as plantas. Só construíram a praça e foram embora”.

 

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