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sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
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Cidades

Prefeitura de Goiânia retoma construção da ponte da Avenida dos Alpes

Orçada em pouco mais de R$ 6 milhões, a obra foi lançada ainda em 2010, mas foi paralisada por conta do envolvendo da construtora responsável em um esquema de corrupção

Postado em 20 de setembro de 2019 por Sheyla Sousa
Prefeitura de Goiânia retoma construção da ponte da Avenida dos Alpes
Orçada em pouco mais de R$ 6 milhões

Higor Santana

Foi autorizada ontem a retomada da construção da ponte da
Avenida dos Alpes sobre o Córrego Cascavel. A obra vai ligar a avenida
homônima, na Vila dos Alpes, à Av. C-107, no Jardim América, passando sobre o
trecho 3 da Marginal Cascavel. Orçada em pouco mais de R$ 6 milhões, a obra foi
lançada ainda em 2010, mas foi paralisada por conta do envolvendo da construtora
responsável em um esquema de corrupção.

A obra conta com um prazo de 210 dias para conclusão, a
partir do início dos serviços. Ao ser finalizada, a ponte deve beneficiar ao menos
outros cinco bairros da Região Sudoeste: Jardim Ana Lúcia, Vila Mauá, Vila
União, Vila Alvorada, Vila Bela e ainda os setores Bueno e Nova Suíça,
atingindo mais de 120 mil pessoas.

A empresa Duna Engenharia foi a vencedora da concorrência
pública, do tipo menor preço, e vai fazer, além da ponte, terraplanagem,
pavimentação, drenagem, sinalização, calçada acessível e obras complementares.

Marginal Cascavel

Assim como vem acompanhando a equipe de reportagem do jornal
O Hoje, o projeto da obra na região nasceu em 1991, foi lançado na gestão Iris
Rezende no início do ano de 2010 e foi batizado de Marginal Cascavel. A
proposta inicial era a ligação entre a Avenida Rio Verde, em Aparecida de
Goiânia e a Leste-Oeste, na Capital. O trabalho tinha o objetivo de ser levado
adiante ao longo dos anos 1990, mas apenas as obras entre a Avenida Castelo
Branco e a Avenida T-2 foram concluídas.

A totalidade da obra seria a construção de duas pistas com
2,2 km de extensão, além da canalização do leito do Córrego Cascavel. A
responsável era a empresa Delta Engenharia e o contrato era de R$ 20 milhões
para canalização do córrego Cascavel e construção da Ponte da Vila Alpes.

Mas, a obra foi paralisada em de abril de 2012, quando o
ex-prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, suspendeu os sete contratos da Delta
Engenharia com a administração municipal, devido ao envolvimento do empresário
Carlinhos Cachoeira em pagamento de propina para que contratos fossem
liberados. Desde então, a expectativa de que a obra fosse finalizada desapareceu.

No entanto, no início do ano, a esperança de que o fluxo de
trânsito na região Sudoeste de Goiânia melhore ressurgiu com o anúncio de que a
obra de prolongamento da Avenida dos Alpes com ponte sobre o córrego Cascavel
deveria ser reiniciado.

Relançamento

Em julho, conforme acompanhou a reportagem do jornal O Hoje,
a prefeitura confirmou o relançamento das obras de construção da ponte. No
documento, a pasta municipal divulgou que as obras teriam início ainda na
segunda quinzena de agosto. Assim, o secretário de administração da Capital,
Agenor Mariano, homologou a licitação que escolheu a empresa Duna Engenharia
para realizar o serviço.

Lei do atraso

Na última quinta-feira (19), o prefeito de Goiânia Iris
Rezende disse que a ponte da Avenida dos Alpes sobre o Córrego Cascavel é mais
uma obra que a administração vai concretizar antes do fim do mandato e que
resgata um desejo antigo da população, principalmente dos moradores da Região
Sudoeste. “Estamos iniciando essa obra, licitada e contratada para concluir
ainda no decorrer do próximo ano. Isso é fruto de esforço global de uma equipe
que ocupa função pública para realmente servir a cidade e a população”, afirmou
o prefeito Iris Resende.

O decreto que pune empresas que atrasem a entrega de obras
também foi assunto para o prefeito. “Agora que estamos iniciando tantas obras,
eu não quero que aconteça comigo, com a nossa administração, o que aconteceu na
administração anterior: abria-se uma licitação e muitas vezes os concorrentes
mergulhavam no preço conscientemente, iniciavam a obra e paravam para pressionar
para reajustar”, explicou.

O prefeito foi claro ao falar sobre a intolerância com
atrasos intencionais. “Assinei o decreto porque vou botar na cadeia o
empresário que participar de uma licitação da Prefeitura de Goiânia querendo
levar a coisa de barriga, querendo tirar vantagem. Eu nunca aceitei isso quando
governador e quando prefeito, agora achei por bem deixar assinado e publicado
este decreto para que todos, ao participarem de uma licitação, o façam com
seriedade”, concluiu.

Trânsito

O secretário municipal de Trânsito, Fernando Santana, aproveitou
a situação e explicou que a obra terá diretamente impacto positivo no trânsito
da Capital a partir de sua conclusão. “Nós vamos ligar o Terminal das
Bandeiras, pelo corredor T-8 ao Centro de Goiânia. É um corredor que vai
aliviar um intenso fluxo de veículos na T-9. Vai contribuir muito para a
mobilidade para essa região”, explica.

O secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos, Dolzonan da Cunha Mattos,
explicou que a obra já conta com as fundações construídas. Agora será feita a
terraplanagem e a execução da superestrutura. “É uma obra tranquila de se executar e em sete meses estaremos com ela
totalmente concluí
da porque é uma determinação do nosso prefeito que toda
obra iniciada deve ter terminalidade até o fim do seu governo”, enfatizou.

Goiânia segue com várias obras de mobilidade

Desde o início do ano, a prefeitura anunciou várias obras com
o objetivo de desafogar o trânsito de Goiânia. Uma delas é um viaduto no
cruzamento da Marginal Botafogo com a Avenida Jamel Cecílio, no Jardim Goiás,
local apontado por motoristas como crítico em horários de pico.

A obra que já está em execução consiste na construção de um
elevado na Jamel Cecílio com o objetivo de eliminar o cruzamento com a Marginal
Botafogo e a Alameda Leopoldo de Bulhões. As pistas da Marginal serão
rebaixadas e uma rotatória será construída para dar acesso à Leopoldo de
Bulhões.

Ainda conforme o projeto, o complexo viário será composto por
três níveis de passagem, assim como o do encontro das avenidas T-63 e 85, no
Setor Marista. Ao mesmo tempo, a Marginal será prolongada da Jamel Cecílio até
a Avenida 2ª Radial. O sentido contrário não está previsto, por enquanto,
porque dependeria de desapropriações. Durante as obras, o cruzamento será
fechado e os motoristas terão de passar por um desvio pela ponte da Rua 1.018.

Outra obra que também já teve aval de liberação é o viaduto
para facilitar o acesso entre o Leste Universitário e o Jardim Novo Mundo. A
Avenida Anhanguera absorve a maior parte do trânsito de quem se desloca, por
exemplo, do Setor Central para o bairro. Não é difícil para o motorista perder
tempo em congestionamentos durante os horários de maior movimento.

Orçado em R$ 9,2 milhões, o viaduto passará em
uma área entre a subestação da Enel e a Saneamento de Goiás (Saneago), no Setor
Leste Universitário. A Rua 117, atualmente sem saída e servindo de estacionamento,
vai ser aberta e uma estrutura será erguida até o Novo Mundo, passando por cima
da BR-153. (Higor Santana é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do
editor de cidades Rhudy Crysthian) 

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