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domingo, 24 de novembro de 2024
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Cidades

Calor altera rotina de escolas

Crianças têm rotina de atividades nas escolas modificadas para enfrentar o calor de setembro. Foto: Wesley Costa.

Postado em 25 de setembro de 2019 por Sheyla Sousa
Calor altera rotina de escolas
Crianças têm rotina de atividades nas escolas modificadas para enfrentar o calor de setembro. Foto: Wesley Costa.

Igor Caldas

De acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia, a média de calor em setembro no Estado está acima do padrão histórico para o mês medido nas últimas décadas. Nesta época, o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Criança Cidadã, no Setor Leste Universitário, adota medidas para amenizar o efeito do clima nas crianças e profissionais da educação. A diretora Sônia Moura de Morais afirma que nunca sentiu um calor tão forte nesse período do ano e destaca as mudanças na rotina das atividades das crianças na unidade.

As principais mudanças do CMEI Criança Cidadã foram no período vespertino, quando o calor e a seca sacrifica mais os profissionais e crianças. “Uma das mudanças que a gente fez foi a questão do banho. Ele acontecia dentro do banheiro, com chuveiro quente. Mas a água já está saindo praticamente morna da torneira. Então, como nós temos duchas externas, organizamos o banho nas duchas”, explica a pedagoga. O local atende crianças em tempo integral que completaram um ano até março e cinco anos e 11 meses.

Sônia também afirma que outra mudança feita no Centro Educacional foi para deixar as crianças mais hidratadas. “Nós colocamos os filtros portáteis do lado de fora, em vez de ficar dentro da sala. Porque a água deve estar mais próxima de onde eles estão brincando. Na área externa, eles sentem muito calor e fica mais fácil de se hidratarem se a disponibilidade de água estiver próxima.O foco é a atenção para se hidratar, o cuidado com o uso da água, evitando desperdício e a importância de se refrescar”.

A questão da vestimenta também foi alterada e os profissionais orientaram os pais a vestirem seus filhos com roupas mais leves. Dentro da escola elas ficam mais à vontade. “Com as crianças menores [de um a dois anos], estamos procurando deixá-las vestidas somente com a fralda. Com os maiores [de três a quatro anos], deixamos apenas com a parte de baixo das roupas, eles ficam sem camiseta”.

Alimentação

Também houve substituições na alimentação dos pequenos, mas a diretora alerta que o cardápio das crianças não é elaborado pelos pedagogos. “O cardápio é elaborado por nutricionistas da gerência de alimentação. Nós temos autonomia para fazer adequações, sempre respeitando a questão nutricional. Porque somos pedagogos e não nutricionistas”. A diretora explica que para não haver falhas na nutrição dos pequenos, existe uma lista de substituições do cardápio que podem ser feitas.   

“Podemos fazer algumas substituições para deixar a alimentação mais leve. Por exemplo, ao invés de servimos uma sopa quente, podemos substituir por um caldo de frango, servido mais frio, com torradas. Podemos fazer substituições com sanduíches frios e inclusão de frutas suculentas na alimentação. Ontem [segunda] a gente ofereceu melancia e melão. As frutas são servidas principalmente no café da manhã e no lanche da tarde. Na janta de hoje [ontem], teremos um caldinho de frango que já está esfriando para ser servido com torradas”.

A diretora reitera que as substituições alimentares devem ser feitas só com o que consta no cardápio ou a nutrição das crianças pode ser comprometida. “Nós não podemos ficar realizando muitas mudanças porque temos que garantir a questão nutricional. Algumas crianças que são atendidas aqui são de baixa renda e praticamente só se alimentam no CMEI. Se você retira muitos alimentos ricos em proteínas e carboidratos, podemos falhar nessa questão”.

Ela também explica que nessa época do ano, a maior parte das atividades é feita na parte externa. “Nós possuímos apenas ventiladores instalados dentro das salas de aula. Não possuímos aparelhos de ar condicionado. Então, tentamos aproveitar os espaços com sombra, debaixo das tendas, das árvores. Daí, eles trazem brinquedos, e deixamos que brinquem com mais liberdade. A atividade recreativa acaba ficando mais livre na época do calor”, lembra a diretora.

O calor deve dar uma aliviada ainda esta semana com temperaturas mínimas entre 22ºC e 20ºC. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), há possibilidade de chuvas em áreas isoladas da Capital amanhã (26). Na sexta-feira (27), a previsão promete pancadas de chuvas e trovoadas isoladas.

 Atividades educativas miram conscientização 

Não é só de atividades recreativas que as crianças do CMEI são educadas no tempo passado na creche. A professora Kennia Mariela Vasconcelos, trabalha com o agrupamento de crianças de três anos. Ela realiza atividades para desenvolver a consciência das crianças nessa época e estimula os pequenos a cuidarem de si mesmo e do meio ambiente. Ela ainda afirma que leva filmes documentários para que as crianças se familiarizem com o tema desde a primeira infância.

“Primeiro, elas vão aprender que temos as estações do ano e que estamos no período da estiagem. Elas vão sendo orientadas sobre o que tem que ser feito em termos de cuidado com o corpo nessa época. A questão da hidratação, e da necessidade de se refrescar é fundamental. Também relacionamos a orientação de saúde ao cuidado com a natureza. Por exemplo, na questão dos males causados pelos incêndios e queimadas e o uso consciente da água, para que ela não falte no futuro”, explica a pedagoga. 

A diretora do CMEI, Sônia Moura relata que as orientações feitas pelos educadores acabam tendo efeito na hora da ducha, na parte externa do espaço. “Orientamos que eles fechem o registro do chuveiro após estarem molhados. A gente explica para elas sobre a necessidade da água para hidratação, para o banho, para preparar o alimento. Deixamos claro que a água é essencial para tudo e que é muito importante economizar. Elas têm que aprender a conservar esse bem precioso da humanidade desde pequenos”.

A pedagoga esclarece que o único acúmulo de água existe é o de uma banheira maior que as crianças deixam perto das duchas. “O que sobra do pinga-pinga depois do fechamento do registro é reaproveitado para o banho do próximo. A gente ensina que não pode haver desperdício e por isso eles reutilizam essa água para o enxágue do corpo. Dessa forma, ensinamos que uma forma de economizar a água é por meio do reaproveitamento dela”.

A conscientização das crianças é feita dentro da sala de aula. As professoras trabalham em pequenos grupos, orientando os estudantes em uma roda de conversas onde a questão é trabalhada de forma ampla. “O cuidado está presente no nosso programa de ensino. A necessidade de cuidar do ambiente, cuidado com a água, cuidado com a roupa do corpo. Cuidado com tudo que é deles”, explica Sônia.

  

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