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domingo, 24 de novembro de 2024
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Cinema

Conheça 5 filmes da década de 90 que influenciaram as produções atuais

Há exatos 20 anos chegava nas telonas filmes como ‘Matrix’ e ‘sexto sentindo’, revolucionando a sétima arte

Postado em 28 de setembro de 2019 por Guilherme Araújo
Conheça 5 filmes da década de 90 que influenciaram as produções atuais
Há exatos 20 anos chegava nas telonas filmes como ‘Matrix’ e ‘sexto sentindo’

Guilherme Melo 

Que 2019 foi um grande marco para as produções audiovisuais,
isso não há dúvidas. ‘Vingadores Ultimato’, que marcou o final para todo um
arco de 11 anos da Marvel no cinema muito melhor do que qualquer um esperava, e
a tão aguardada batalha contra o exército dos mortos em ‘Game of Thrones’, são
exemplos de grandes projetos finalizados neste ano.

Enquanto Vingadores conseguiu arrecadar mais de US$ 2
bilhões, o terceiro episódio da última temporada de ‘Game of Thrones’ foi o
episódio de uma série de TV mais comentado da história do Twitter,  feitos já colocam ambas produções na história
do cinema e da TV, independentemente da suposta qualidade que a crítica, e até
mesmo o público, enxerga ou não nesses filmes e séries.

Para o cineasta Erick João, os dois maiores fenômenos do
cinema e da TV deste ano são um reflexo de críticas sociais que temos na
atualidade. “Hoje em dia nos preocuoamos muito com a violência, isso gera uma
busca por ‘salvadores’, que podem ser representados por super-herois. A visão
para o futuro é muito pessimista, principalmente pela questão ambiental, então
é normal as produções mostrarem um desastre futuro e as possiveis alternativas
para reverter a situação. Além disso, com as redes sociais a exposição ficou
algo mais evidente, a luta por um lugar no ‘trono’ de influencer ficou mais
evidente”, analisa o profissional. 

Erick conta de tempos em tempos temos produções que iniciam
um ciclo de discusões sociais nos blockbuster. “2019 é um ano voltado para
mudanças, tanto no Brasil como no Mundo. Mudanças políticas, economicas,
sociais e ideologias, afetam continuamente a sétima arte. Há exatos 20 anos,
vivemos uma situação parecida. O medo se estabelecia quando o assunto era o
futuro, assim como hoje, mas grupos minoritários estavam ganhando visibilidade,
se discutia muito o conceito de masculinidade e a função do jovem na
sociedade”, explica o cineasta.

O profissional revela 
que poucos anos tiveram a mesma importância para a cultura pop,  como 1999. Segundo ele, é fácil perceber isso
apenas fazendo uma lista dos principais filmes lançados no ano: ‘Matrix’, ‘O
Sexto Sentido’, ‘Clube da Luta’, ‘Quero Ser John Malkovich’, ‘A Bruxa de
Blair’, ‘Magnólia’, Três Reis, De Olhos Bem Fechados, ‘A Múmia’, ‘Um Lugar
Chamado Notting Hill’, ‘10 Coisas Que eu Odeio em Você’ e ‘Star Wars Episódio
I: A Ameaça Fantasma’.

“Com exceção de ‘Clube da Luta’, que foi baseado no livro
homônimo escrito por Chuck Palahniuk e lançado em 1996 e ‘De Olhos Bem
Fechados’ (baseado no livro Breve Romance de um Sonho, do poeta e romancista
austríaco Arthur Schnitlzer), todos os outros grandes filmes daquele ano são
produções origniais”, comenta Erick. Além disso, os filmes são lembrados pelo
sucesso de bilheteria e por pavimentaram o caminho para os próximos vinte anos
de cinema.

Conheça mais sobre as produções:

Quando se fala de filmes que definiram o cinema do século
21, o primeiro título que vem à cabeça é Matrix’.
A ficção científica das irmãs Wachowski transportou a clássica história da
jornada do herói para se tornar algo interessante para o mundo que começava a
descobrir as utilidades da internet. É praticamente impossível pensar em Matrix
sem se lembrar do efeito bullet time e de Neo (Keanu Reeves) desviando de um
tiro.

Essa tecnologia foi desenvolvida ainda na década de 1990 e
consiste em filmar uma cena utilizando diversas câmeras, dispostas em círculo e
disparadas de maneira sequencial. Depois de Matrix, o bullet time foi empregado
amplamente em comerciais, vídeo clipes e outros filmes.

Até o surgimento de Matrix, o cinema de ação sempre foi algo
muito dividido: ou o filme seguia o padrão oriental de lutas coreografadas de
kung-fu, ou o padrão ocidental de tiroteios e perseguições, no qual os
personagens mal sabiam direito dar um soco. Quando surgiu nos cinemas, Matrix resolveu
essa questão respondendo: por que não ambos?

‘Beleza Americana’ trabalha os esteriópitos do ‘macho alfa’,
a produção de Sam Mendes criou o que se define como cinema ‘adulto’. O filme
apresenta o típico norte-americano pós década de 1980 e a decadência do sonho
americano. Em Beleza Americana, é clara a visão dos EUA destruído com o fim da
inocência nos anos pós-Vietnã, e como consequência, uma geração consumista e
imediatista, insegura com o mundo que vai passar para a frente.

No roteiro, Lester Burnham (Kevin Spacey, brilhante) cansou
de fingir que tem uma vida perfeita com uma esposa perfeita e um emprego
perfeito. Ele chuta o balde, desencadeando uma série de eventos menores, como o
desejo sexual em uma colega de classe de sua filha. O personagem, que antes era
uma pessoa sem expressão e atitude, se torna um ‘macho pulsante de desejo’. O
filme retrata o medo da perda da masculinidade.

Outro filme que questiona a masculinidade em 1999, é ‘Clube
Da Luta’, de David Fincher. Na produção, o mundo transforma as pessoas em feras
consumistas e vazias, a única forma de reconectar com a humanidade é retomando
a violência em lutas ilegais em porões imundos. No filme Jack (Edward Norton) é
um executivo jovem, trabalha como investigador de seguros, mora confortavelmente,
mas ele está ficando cada vez mais insatisfeito com sua vida medíocre.

O medo foi outro lado explorado em 1999. Shyamalan, em ‘O Sexto Sentido’, destacava o gênero
com a simples frase: “Eu vejo gente morta”. Na trama, Bruce Willis é o
terapeuta infantil que auxilia o jovem Haley Joel Osment a lidar com seu dom,
ao mesmo tempo macabro e revelador. O filme apresenta um debate sobre a
passagem da infância para adolescencia/juventude, mostrando como ele pode ser
traumatica para o individuo.

O gênero terror sempre teve a facilidade em levar o público
da ficção para realidade, e ‘A Bruxa de Blair’ ficou conhecida como o marketing
do medo. O filme foi vendido como uma história real, editado a partir do
material recebido por sua equipe original: três jovens que desapareceram ao
investigar a verdade sobre uma lenda rural no rincão da América. A estreia no
Festival de Sundance foi um arraso, com uma plateia abismada com o que acabara
de ver – já a chegada no cinema foi traduzida em um fenômeno de 200 milhões de
dólares, oque os filmes com estilo documental found footage.

(Guilherme Melo é
estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor Lucas de Godoi)

 

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