UFG tem R$ 17,4 milhões desbloqueados pelo Ministério da Educação
Os recursos destinados à Universidade Federal de Goiás ainda não são suficientes para pagar as dívidas, que totalizam o valor de R$ 21,3 milhões (Foto: Reprodução UFG)
Daniell Alves
A Universidade Federal de Goiás (UFG) recebeu R$ 17,4 milhões em recursos do Ministério da Educação (MEC). Mesmo não sendo suficiente para arcar com todas as dívidas, o valor liberado deve quitar as contas atrasadas referentes à segurança, limpeza e manutenção. Foi anunciado hoje (30) pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, a destinação de 58% dos recursos desbloqueados para recompor o orçamento das universidades e institutos federais do país.
Em entrevista ao Jornal O Hoje, o Reitor da Universidade, Edward Moreira, diz que a partir de agora serão pagas as dívidas atrasadas. “Vamos ganhar créditos com os fornecedores e um limite para ter mais um fôlego”, informa. Segundo ele, as dívidas da instituição somam mais de R$ 21 milhões e o valor destinado pelo MEC equivale à metade do que está bloqueado.
Na Assembleia Universitária, ocorrida no último dia 23, o Reitor detalhou as dívidas da instituição: R$ 4,9 milhões de energia em aberto; R$ 4,4 milhões referentes à limpeza; R$ 5,4 milhões com gastos relacionados à segurança; R$ 3 milhões de dívidas com manutenção; e R$ 3,6 milhões de dívidas em outros segmentos. Por conta disso, algumas empresas notificaram a UFG que, caso as atividades não fossem pagas, os trabalhos seriam interrompidos.
“Se os recursos fossem totalmente desbloqueados, a gente teria como saldar essas dívida e teríamos recursos para entrar em outubro com normalidade”, informou Edward, durante a Assembleia.
Recursos não são suficientes
Edward já havia informado que o valor ideal para manter os custos nos próximos meses seria de, no mínimo, R$ 40 milhões. A meta desde o início, segundo ele, é reverter, definitivamente, este quadro de cortes orçamentários que vem ameaçando o funcionamento da UFG.
“Nós temos feito de tudo para reverter este bloqueio, mas não dá para saber até quando o funcionamento continue”, comenta. Segundo ele, a reitoria da instituição atua para que este quadro mude nos próximos dias.
Em nota, a reitoria da UFG informa que tem empreendido grandes esforços para reverter o bloqueio de recursos financeiros que prejudica o andamento das atividades de todas as instituições federais de ensino superior brasileiras. “A situação orçamentária tem sido tratada diretamente pelo reitor, que também é vice-presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), junto ao Ministério da Educação (MEC) e ao Congresso Nacional”, diz a nota.
Universidades e Institutos Federais recebem R$ 1,156 bilhão
De R$ 1,990 bilhão descontingenciado, 58% vão para universidades e institutos federais, o que representa R$ 1,156 bilhão. Os recursos, segundo o MEC, devem manter as despesas de custeio como água, energia elétrica, aquisição de materiais de consumo e outras prestações de serviço.
Durante coletiva de imprensa realizada ontem, Abraham Weintraub destacou que o descontingenciamento mostra que tudo corre dentro do planejado e demonstra que o MEC não realizou cortes. “A liberação de recursos é fruto da boa gestão. Não houve cortes em hospitais universitários, não faltou alimentação no bandejão e nenhuma universidade parou”, afirmou.
O restante dos recursos desbloqueados vai atender a educação básica, a concessão de bolsas de pós-graduação e a realização de exames educacionais, por exemplo. “Com os R$ 290 milhões repassados ao Programa Nacional dos Livros Didáticos (PNLD), a compra e a distribuição de livros didáticos à educação básica estão garantidas para 2020”, afirma o MEC.
Outros R$ 270 milhões serão transferidos para a manutenção e a execução de bolsas de estudos já concedidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Haverá ainda a destinação de R$ 105 milhões para aplicação de exames e formulação de políticas educacionais no âmbito do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). (Daniell Alves é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)