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domingo, 24 de novembro de 2024
Inovação

Hospitais públicos de Goiânia recebem projeto de inteligência artificial

Implantado em três hospitais da rede pública de Saúde de Goiânia, o projeto deve garantir o atendimento no menor tempo possível – Foto: Divulgação

Postado em 1 de outubro de 2019 por Leandro de Castro Oliveira
Hospitais públicos de Goiânia recebem projeto de inteligência artificial
Implantado em três hospitais da rede pública de Saúde de Goiânia

Daniell Alves

Tecnologia de ponta chega à rede pública de saúde de Goiânia. Três hospitais da Capital receberam um projeto de inteligência artificial para realização de exames de tomografia de crânio e coluna cervical. A iniciativa é da Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI). A tecnologia é usada para identificar lesões em tomografias, auxiliando e sinalizando, via sistema, que o paciente deve ter atendimento e laudos priorizados.

Os hospitais beneficiados com a novidade são: Hospital Geral de Goiânia (HGG), Hospital Estadual de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz (Hugo) e o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). Para o secretário da saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, a iniciativa é vista com bons olhos. Segundo ele, a saúde pública precisa passar pela implantação de tecnologias, ampliando a escala e diminuindo os custos.

Este é o primeiro projeto de inteligência artificial para a rede pública implantado no país. Trata-se de uma parceria entre a FIDI – responsável por gerir sistemas de diagnósticos em 85 unidades de saúde – e a AIDOC, startup que foca na aplicação de inteligência artificial à radiologia.

A expectativa é garantir o atendimento qualificado no menor tempo possível em casos de traumatismos, acidente vascular cerebral e outras situações que determinem dano cerebral, a fim de reduzir sequelas e até mesmo salvar vidas. Desde a implantação do projeto, no início deste ano, 92% dos casos em que havia sangramentos foram devidamente detectados e priorizados pelo algoritmo.

Sistema de alta tecnologia

O processo funciona da seguinte forma: ao realizar um exame, as imagens seguem para o servidor da FIDI, que identifica se é uma tomografia de crânio, oculta os dados do paciente e envia para o servidor da AIDOC na nuvem. As imagens são devolvidas para o servidor da FIDI com as marcações das lesões, se houver. O exame é reidentificado com os dados do paciente e segue para a central de laudos da FIDI.

Na central de laudos, o sistema prioriza automaticamente o exame que apresenta quadro grave, permitindo ao médico radiologista analisar e laudar mais rapidamente para acelerar o atendimento ao paciente. “É importante salientar que as imagens que seguem para o servidor da AIDOC continuam simultaneamente disponíveis na central de laudos da FIDI, ou seja, o uso da ferramenta não inviabiliza o trabalho já realizado normalmente”, explica Igor dos Santos, Médico Radiologista e Chefe de Inovação da FIDI.

No ano de 2017, a ferramenta recebeu o CE Mark, certificação da União Europeia que atesta a aplicabilidade e segurança de dispositivos médicos. O software também recebeu autorização da Food and Drug Administration (FDA), órgão governamental dos Estados Unidos que faz a regulação dos equipamentos médicos.

A organização afirma que o objetivo não é substituir o trabalho humano no processo de análise e elaboração de laudos, e sim promover mais agilidade ao profissional. Os exames são analisados e laudados pelo médico radiologista. “Todo desenvolvimento tecnológico é usado em benefício do paciente. Com a ferramenta, agilizamos o atendimento de pessoas com quadro mais grave e que nem sempre é visível antes da análise do exame”, afirma Igor.

FIDI é referência no atendimento

Referência na América Latina, a Fundação foi criada com o objetivo de prestar assistência à população e contribuir no aprimoramento de médicos radiologistas por meio de programas de educação continuada, bolsas de estudo e cursos de especialização.

Com 2,5 mil colaboradores, a Fundação realiza cerca de cinco milhões de exames por ano entre ressonância magnética, tomografia computadorizada, ultrassonografia, mamografia, raios X e densitometria óssea. Desde 2006, a FIDI deixou de ser Instituto e passou a ser denominada Fundação. Em 2009 ganhou status de Organização Social, expandido sua atuação e hoje está presente em 85 unidades de saúde nos estados de São Paulo e Goiás. 

(Daniell Alves é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)   

 

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