Papa pede respeito a povos indígenas e diz que ideologias são armas perigosas
Na abertura do Sínodo, Francisco fez mea-culpa e disse que a Igreja, no passado, acabou por “menosprezar” povos e culturas
Da Redação
No discurso de abertura dos trabalhos do Sínodo dos Bispos Sobre a Amazônia, na manhã desta segunda-feira (07), o papa Francisco recordou o passado em que a Igreja Católica procurou catequizar povos indígenas, cobrou respeito às diferentes culturas e afirmou que “as ideologias são uma arma perigosa”.
Para o pontífice, colonizações ideológicas “destroem ou reduzem as idiossincrasias das pessoas” e esse tipo de conduta é um risco, pois não se pode “domesticar os povos nativos”. Francisco fez um mea-culpa, afirmando que a própria Igreja, quando se esqueceu disso, acabou por “menosprezar” povos e culturas.
Francisco, que já pediu perdão em nome da Igreja pelos erros de missionários europeus que acompanharam os primeiros colonizadores, disse que, durante muito tempo, muitos da Igreja tiveram uma atitude “depreciativa” em relação a povos nativos e suas culturas, e que alguns ainda têm.
“Porque todos os povos têm sua própria sabedoria, autoconsciência. Os povos têm sentimento, uma maneira de ver a realidade, uma história e tendem a ser protagonistas de suas histórias com essas qualidades”, disse Francisco.
“A dimensão pastoral é o essencial, que abrange tudo. Nos aproximamos com um coração cristão e vemos a realidade da Amazônia com os olhos de um discípulo para entendê-la e interpretá-la com os olhos de um discípulo, porque não há hermenêutica neutra, hermenêutica asséptica.”