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domingo, 24 de novembro de 2024
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Igreja Católica

Irmã Dulce é canonizada e se torna primeira santa brasileira

À exceção de Dulce, todos os canonizados morreram no século XIX ou nas primeiras três décadas do século XX – Foto: Divulgação

Postado em 13 de outubro de 2019 por Leandro de Castro Oliveira
Irmã Dulce é canonizada e se torna primeira santa brasileira
À exceção de Dulce

Da Redação

Milhares de fiéis e membros do clero lotaram a Praça de São Pedro, no Vaticano, na manhã deste domingo, (13), para prestigiar a canonização da beata baiana Maria Dulce Lopes (1914-1992), Irmã Dulce , que agora é a primeira santa brasileira. Embora outras brasileiras e uma religiosa que atuou no país tenham sido canonizadas pela Igreja Católica anteriormente, irmã Dulce é a primeira mulher nascida no Brasil que teve milagres reconhecidos. Também foram canonizados pelo Papa Francisco outros quatro beatos: John Henry Newman, Giuseppina Vannini, Mariam Thresia Chiramel Mankidiyan e Margherite Bays.

À exceção de Dulce, todos os canonizados morreram no século XIX ou nas primeiras três décadas do século XX, o que mostra a agilidade do processo que reconheceu a santidade da freira baiana. O músico José Maurício Moreira, que recuperou a visão após intercessão da Irmã Dulce — um milagre reconhecido pelo Vaticano — afirmou este sábado que participaria da missa, mas que seu papel não havia sido divulgado detalhadamente.

Dulce Lopes Pontes nasceu em 26 de maio de 1914 em São Salvador da Bahia, no seio de uma família abastada, marcada por fortes convicções cristãs e uma caridade operosa. Desde a infância, ela se destacou por uma grande sensibilidade para com os pobres e os necessitados.

Completados seus estudos superiores, abraçou a vida religiosa na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, ligada à Ordem dos Frades Menores, servindo como enfermeira e professora. Animada por intenso zelo missionário, Irmã Dulce também se dedicou seriamente à instrução dos trabalhadores, mas foi sobretudo na assistência e cuidado dos últimos e dos mais sofredores que exerceu seu generoso serviço.

Irmã Dulce concretizou plenamente a sua ação caritativa com a fundação de uma associação de obras sociais e a construção de uma casa de acolhimento, o “Albergue Santo Antônio”. Sua caridade era maternal, carinhosa. A sua dedicação aos pobres tinha uma raiz sobrenatural e do Alto recebia forças e recursos para dar vida a uma maravilhosa atividade de serviço aos últimos.

Os últimos meses da vida da Beata estiveram marcados pela doença, que enfrentou com serenidade e completo abandono nos braços do Senhor. Em 13 de março de 1992, Irmã Dulce faleceu em São Salvador da Bahia, reconhecida de grande fama de santidade. Em 3 de abril de 2009, o Papa Bento XVI reconheceu as heroicidades de suas virtudes e, em 22 de maio de 2011, celebrou-se o rito de sua Beatificação”.

Canonização

A celebração eucarística com o rito da canonização foi aberta com cânticos. Depois, o prefeito da Congregação da Causa de Todos os Santos, Angelo Becciu, solicitou ao Papa a canonização dos beatos. Becciu apresentou brevemente o perfil de cada um deles.

O pedido foi seguido pelo “Litanie Sanctorum”, a ladainha mais antiga da Igreja Católica. A ladainha é um chamado para lembrarmos nossos ancestrais e pedir por sua intercessão. Nela é enumerada uma série de santos.

Em seguida vem a “fórmula da canonização”, uma oração feita pelo Papa em latim em que ele reconheceu a canonização dos cinco beatos. O cardeal Becciu agradeceu ao Pontífice e pediu permissão para escrever uma carta apostólica para preparar a canonização. Na última parte do rito, Francisco faz novas orações e a liturgia.

A cerimônia foi acompanhada por autoridades brasileiras como o vice-presidente, Hamilton Mourão; o governador da Bahia, Rui Costa; o prefeito de Salvador, ACM Neto; e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre.

Milagres

Irmã Dulce foi beatificada em 2011, após ter o primeiro milagre reconhecido. A graça alcançada foi a recuperação de uma paciente que teve uma grave hemorragia pós-parto e cujo sangramento subitamente parou, sem intervenção médica. Após beatificada, Dulce Lopes Pontes passou a ser chamada “Bem-aventurada Dulce dos Pobres”.

Para ser considerada santa, Irmã Dulce precisaria ter um segundo milagre reconhecido, o que ocorreu em maio deste ano. O miraculado, o maestro soteropolitano José Maurício, voltou a enxergar após fazer uma oração para a então beata. Ele teve glaucoma e começou a perder a visão em 1999. Em 2000, ele já estava cego, mas em 2014 voltou a enxergar.

 

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