Uma em cada 11 pessoas já tomou remédios tarja preta no Brasil
Para se ter dimensão desse consumo, entre 2015 e o ano passado o Ministério da Saúde distribuiu 18,1 milhões de doses desses medicamentos. Foto: Pixabay
Da Redação
Nos últimos quatro anos, um a cada 11 brasileiros ingeriu ao menos uma dose de medicamentos psicotrópicos — aqueles usados no tratamento da depressão, da ansiedade e de outros transtornos mentais. O índice mostra como o uso desse tipo de droga tem aumentado no país. Os dados são do Ministério da Saúde divulgados pelo site Metrópoles. Entre 2015 e o ano passado o Ministério da Saúde distribuiu 18,1 milhões de doses dos remédios triexifenidil (para tratamento da doença de Parkinson) e clobazam (tranquilizante). Em quatro anos, a alta é de 45,5%, saltando de 3,37 milhões de doses em 2015 para 4,91 milhões de doses no ano passado.
Segundo o governo, em 2015 foram distribuídas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) 3,37 milhões doses (ampolas, comprimidos ou frascos). Em 2016, o índice apresentou um salto de 38,7%: 4,68 milhões de doses. No ano seguinte, nova alta: 9,6%. Em 2017, foram entregues 5,13 milhões de doses. No último ano, houve uma ligeira queda de 4,3%, quando foram fornecidas 4,91 milhões de doses. Esse número pode ser ainda maior. É de competência de cada município a compra de medicamentos psicotrópicos. Os recursos são repassados do Fundo Nacional de Saúde diretamente ao Fundo de Saúde do Município. Com isso, cada cidade pode ter listas próprias.
Alerta
Na última quarta-feira (10), foi celebrado o Dia Internacional da Saúde Mental. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a quantidade de casos de depressão cresceu 18% em dez anos. Até 2020, esta será a doença mais incapacitante do planeta, segundo a OMS. O Brasil tem destaque na projeção. O país é campeão em casos de depressão na América Latina. Quase 6% da população, um total de 11,5 milhões de pessoas, sofrem com a doença, segundo dados da OMS.
Ajuda
Especialistas ressaltam a importância de buscar ajuda nos mais diferentes níveis: além de medicamento, terapias e prática de esportes são recomendados frequentemente. Além disso, grupos de apoio de pessoas que passaram por situações similares ajudam na recuperação, destacam especialistas. Para a escritora goiana, Shirley Brandão, o perdão ajuda as pessoas a alcançarem seu propósito de vida. A palestra é gratuita e será amanhã (15), às 19h, no auditório do Flamboyant Shopping Center.
Versão oficial
Em nota, o Ministério da Saúde informou que a assistência farmacêutica é organizada em três componentes. “Cada um dos componentes possui características, forma de organização, financiamento e elenco de medicamentos diferenciados entre si, bem como critérios distintos para o acesso e disponibilização dos medicamentos”, destaca o comunicado.
O texto emenda: “No caso dos psicotrópicos, a responsabilidade pela aquisição e disponibilização é descentralizada (responsabilidade dos estados, Distrito Federal e municípios). Ressalta-se que os entes poderão constituir listas complementares à Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) para ofertar outros remédios, de acordo com as demandas locais”, finaliza a nota.
* Com informações do jornal Metrópoles e Assessoria