Luiz Felipe Mendes

A definição de “clássico” é
bem subjetiva. Alguns utilizam esta alcunha para definir partidas entre dois
clubes que já protagonizaram grandes encontros entre si na história. Outros,
mais puristas, acreditam que são somente os duelos entre times de uma mesma
cidade ou estado. Para ir mais a fundo, existem os superclássicos, os quais
envolvem uma rivalidade ainda mais intensa. Boca x River é um desses exemplos,
e o amante do futebol espera acompanhar um verdadeira espetáculo na La
Bombonera a partir das 21h30 de hoje.

No dia 1º de outubro, os
rivais argentinos voltaram a se encontrar pela Copa Libertadores. No ano
passado, eles haviam protagonizado a grande decisão do torneio continental, a
qual terminou recheada de polêmicas e precisou ser disputada na Europa por
episódios de violência extracampo. Naquela ocasião, o River Plate acabou se
sagrando tetracampeão após bater os xeneizes por 3 a 1 no jogo de volta – a ida
terminara empatada em 2 a 2. Voltando a 2019, eles se viram novamente um diante
do outro, desta vez pelas semifinais. No Monumental de Núñez, os atuais
campeões triunfaram por 2 a 0, sacramentando uma boa vantagem.

O Boca, entretanto, já mostrou
que não se pode duvidar de suas forças. Com seis taças de Libertadores no
currículo, eles são extremamente fortes em seus domínios e possuem mais
vitórias no histórico do confronto: são 133 resultados positivos, 124 negativos
e 115 igualdades, em um embate que já aconteceu 372 vezes e teve 934 gols
marcados. O River é favorito, tanto pelo futebol de qualidade que vem mostrando
quanto pela vantagem no agregado, mas seus principais rivais são sempre
perigosos, ainda mais se tratando da maior competição de clubes da América do
Sul.

Na Libertadores de 2019, os
caminhos de ambos tiveram seus desafios. Na fase de grupos, o River passou por
alguns perrengues depois de empatar as três primeiras partidas. Porém, se
recuperou e acabou conseguindo se classificar em segundo no Grupo A, atrás do
Internacional. Nas oitavas, eliminou o Cruzeiro nos pênaltis após dois empates
sem gols no tempo normal. Vale lembrar que nesta época a Raposa já mostrava
sinais de desgaste sob o comando de Mano Menezes. Em seguida, os “milionários”
passaram pelo Cerro Porteño com placares de 2 a 0 e 1 a 1.

O Boca Juniors, por sua vez,
conseguiu passar em primeiro lugar no Grupo G. Contudo, foi uma disputa
apertada, pois disputou a liderança com o Athletico Paranaense até o último
jogo, quando conseguiu ganhar por 2 a 1 em Buenos Aires. Nas oitavas, mediu
forças com o próprio Furacão e não teve tantas dificuldades, vencendo por 1 a 0
e 2 a 0. Nas quartas, mostrou a sua força na ida diante da LDU, aplicando 3 a
0, e empatou sem gols na volta.

Com isso, podemos perceber que
o Boca vinha fazendo um torneio um pouco mais tranquilo do que o River, que
passou perto de ser eliminado em mais de uma ocasião. Entretanto, esses últimos
mostraram dentro de casa o porquê de serem os atuais detentores do título
sul-americano e complicaram os arquirrivais, que precisarão se superar para
conseguir uma vaga até a final. Ah, e a regra do gol fora de casa como critério
de desempate está valendo.

Ficha técnica

Jogo: Boca Juniors x River
Plate. Local e data: Estádio La Bombonera, hoje, às 21h30, em Buenos Aires-ARG.
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (Fifa/Goiás). Assistentes: Fabrício Vilarinho
(Fifa/Goiás) e Rodrigo Corrêa (Fifa/Rio de Janeiro).

Boca Juniors:Andrada; Weigandt, Lisandro López, Izquierdoz e Más; Ivan
Marcone, Reynoso, Rossi, Soldano (Salvio), Mac Allister; Ábila. Técnico:
Gustavo Alfaro.

River Plate: ​Armani; Montiel,
Martínez, Pinola e Casco; Enzo Pérez, Ignacio Fernández, Palacios, De La Cruz;
Matias Suárez e Borré. Técnico: Marcelo Gallardo.