Governo de Goiás pode realizar censo sobre número de autistas no Estado
Idealizadoras do movimento e superintendente da Infância e Juventude do Estado devem se reunir nos próximos dias| Foto: Lethycia Faria
Da Redação
O projeto de transformação social TEAmamos, criado com o propósito de acolher as famílias que convivem com a realidade do Transtorno do Espectro do Autista (TEA), ganhou uma aliada no último sábado, 19 de outubro. Durante o lançamento do site do movimento, a superintendente estadual da Infância e Juventude, Thaís Moraes – que representava no evento o governador Ronaldo Caiado, a primeira-dama Gracinha Caiado e a secretária de Desenvolvimento Social, Lúcia Vânia – afirmou que está aberta a se reunir com as idealizadoras do projeto para discutir a realização de um censo que quantifique o número de pessoas com autismo que vivem no Estado.
“O Governo do Estado reitera, aqui, o compromisso para a promoção de políticas públicas efetivas que estimulem o debate da inclusão. Sendo assim, estou à disposição, enquanto superintendente da Infância e Juventude, para que possamos dar um start neste mapeamento”, destacou Thaís Moraes, ao ressaltar que o Estado conta com um instrumento de peso para realizar a pesquisa – o Instituto Mauro Borges (IMB).
A necessidade de realização do censo foi levantada, durante o evento, pela jornalista Carla Lacerda. De acordo com ela, que é mãe de um menino autista de 6 anos, o mapeamento é importante porque fornece elementos sólidos para a elaboração de políticas de acordo com a necessidade do público-alvo. “Não há, no Brasil, nenhum estudo científico (apenas estimativas) que mostre quantas pessoas com TEA vivem no País. Nós sabemos que somos muitos. E esse número não para de crescer. A partir do momento em que o Estado tem esse dado em mão, pode direcionar as iniciativas de inclusão de forma mais assertiva em diversas áreas”, defendeu a jornalista.
O lançamento do site também marcou um ano do projeto, que reúne ainda a administradora de empresas Amanda Ferro, mãe de um menino autista de 4 anos; a psicóloga Gabriela Ribeiro e a educadora física e psicomotricista Viviane Braga. “O Teamamos nasceu com o propósito de acolher, de amar, de ser ombro de todos aqueles que convivem com o diagnóstico do TEA”, pontuou Amanda.
A psicóloga Gabriela Ribeiro concorda que é delicado o momento em que a família recebe essa notícia do médico. “Por isso, é tão importante uma rede de apoio. Se os pais e familiares mais próximos estiverem bem emocionalmente, a chance de desenvolvimento da criança nas terapias é muito maior”, avaliou.
Em toda a trajetória profissional da psicomotricista Viviane Braga, uma frase nunca lhe saiu da cabeça. “Nada sobre eles (autistas), sem a presença deles”. Por isso mesmo, o evento foi recheado de atrações mais do que especiais. Viviane entrevistou, ao vivo, o jovem Álvaro Oiano, de 21 anos, considerado autista leve. “A coisa que mais me incomoda é o fato das pessoas não se conscientizarem sobre o que é o autismo e nos julgarem como se fôssemos agressivos e não carinhosos”, confidenciou o jovem. “Entender o jeito de cada um, entender que o autismo é um espectro pode facilitar a inclusão”, complementou. Durante a programação, foram realizadas outras apresentações culturais de crianças e jovens com autismo, dos mais variados graus – de leves a severos.