Eduardo Bolsonaro diz que AI-5 pode ser medida contra protestos no Brasil
“Não é uma guerra onde você tá vendo seu oponente do outro lado e você tem que aniquilá-lo, como acontece nas guerras militares. É um inimigo interno”, disse o parlamentar – Foto: Reprodução.
Nielton Soares
Ressuscitar o Ato Instituicional 5 (AI-5), da ditadura militar, no Brasil séria uma hipótese como resposta “se esquerda radicalizar’, afirmou em entrevista o filho ‘03’ do presidente Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
“Vai chegar um momento em que a situação vai ser igual ao final dos anos 1960 no Brasil, quando sequestravam aeronaves, quando se sequestravam, executavam-se grandes autoridades, cônsules, embaixadores, execução de policiais, de militares”, disse Eduardo.
As declarações do parlamentar aconteceram durante comentário sobre os protestos de rua intensificados no Chile e outros países da América Latina. Caso a onda de manifestações vir a ocorrer no país, Eduardo disse que um dos mecanismos do governo federal poderá ser “via um novo AI-5”.
Segundo o deputado federal, a medida poderá ser via legislação aprovada por meio de um plebiscito “como ocorreu na Itália, alguma resposta vai ter que ser dada, porque é uma guerra assimétrica, não é uma guerra onde você tá vendo seu oponente do outro lado e você tem que aniquilá-lo, como acontece nas guerras militares. É um inimigo interno, de difícil identificação aqui dentro do país. Espero que não chegue a esse ponto né? Vamos temos que ficar atentos”.
A entrevista completo do parlamentar, líder do PSL na Câmara dos Deputados, foi divulgada nesta quinta-feira (31) no canal do YouTube da jornalista Leda Nagle.
A repercusão da fala de Eduardo Bolsonaro repercutiu até dentro da própria legenda. O principal porta-voz do presidente do PSL Luciano Bivar, deputado Júnior Bozzella (PSL-SP), salientou que a “primeira tentativa de golpe foi tentar tomar o PSL”.
AI-5
O Brasil apenas teve uma experiência com uma medida dura como o AI-5 no regime militar (1964-195), cujo o presidente podeia cassar mandatos políticos, prender qualquer pessoa, suspender o direito de habeas corpus, enfim, suspender todas as garantias constitucionais.
O AI-5, considerado um dos atos de maior repressão no país, foi baixado no dia 13 de dezembro de 1968 no governo de Costa e Silva –um dos cinco generais que governou o Brasil.