Felipe André

O Brasil é conhecido por revelar os melhores jogadores da
história do futebol, nada de Messi, Cristiano Ronaldo ou Maradona. Foi em solo
brasileiro que Pelé, Zico, Garrincha, Tostão, Pepe, Ronaldinho Gaúcho, Kaká,
Ronaldo, Romário e muitos outros brilharam. Apesar da pouca idade, a seleção
brasileira trata seus atletas como verdadeiros diamantes a serem lapidados, mas
com uma multa rescisória milionária.

O meio-campista Sandry, que foi reserva nos dois primeiros
jogos do Brasil, custa € 100 milhões, ou R$ 444 milhões na cotação atual. O
atleta renovou recentemente seu contrato com o Santos, prática comum dos clubes
principalmente antes de uma Copa do Mundo, onde centenas de olheiros estão à
espera de uma jogada e de uma possibilidade para levar para um clube europeu.

Dentre os olheiros que estão no Brasil, poucos estrangeiros
podem se considerar um especialista no futebol brasileiro. Frank Henouda, de 60
anos, entra nessa lista dos poucos. Olheiro e empresário de clubes, se mudou
para o Brasil cerca de 20 anos atrás e desde então estuda os jogadores
brasileiros. Sua primeira negociação foi quando levou Christian Corrêa do
Internacional para o Paris Saint-Germain.

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A geração de brasileiros que jogam e jogaram no Shakhtar
Donetsk, da Ucrânia, foi por conta de Frank, que levou nomes como Willian,
Douglas Costa, Alex Teixeira, Fernandinho, Luiz Adriano, Fred. Neste torneio
está acompanhando Mike, um olheiro do Newcastle-ING, que não conhece o Brasil.
Se depender de Frank, muitos brasileiros vão continuar indo para a Europa.

“Vários jogadores [que o encanta], não consigo escolher
apenas um. O Brasil é um país que nasce craque todo dia. Na seleção você pega
os onze titulares, os onze podem jogar na Europa, continuando como eles estão.
Os onze titulares e alguns que entraram, que eu vi no primeiro jogo, todos tem
capacidade, mas não pode esquecer que tem 15, 16 anos, e precisa de dois anos
no mínimo de formação, mas se continua nessa progressão todos eles podem jogar
em qualquer clube da Europa”, afirmou Frank.

Mas além dos estrangeiros, muitos brasileiros trabalham
diretamente com clubes de fora. Douglas Gonçalves é representante da Success
Sports, uma empresa brasileira e que tem o meio-campista Jean Pyerre, do
Grêmio, como atleta, assim como o experiente Léo Moura, ex-Flamengo e atualmente
também no Grêmio.

“O nosso trabalho começa antes mesmo do Mundial, já
preparamos o nosso trabalho sabendo que a competição vai ser realizada no
Brasil. Nós estamos com scout do Everton-ING e do Montpellier-FRA. Nós
dividimos em três pessoas, uma em Cariacica-ES, um em Goiânia e o Christian
Corrêa que está em Brasília”, revelou Douglas.

Apesar de ser a Copa do Mundo, outros torneios
brasileiros também chamam a atenção de olheiros de fora. “No fim de novembro
vamos estar em Porto Alegre para a Copa Ypiranga sub-20. Vamos estar com o
pessoal do Everton-ING novamente e do Monaco-FRA”, completou Douglas Gonçalves. 

Douglas Gonçalves trabalha em empresa gaúcha e já pensa na próxima competição de base – Foto: Felipe André