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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
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Mundial Sub-17

Olheiros enchem estádios brasileiros em busca das próximas estrelas

Duccio Chelazzi visita o Brasil desde 2000 e observa jogadores para o futebol italiano e admitiu a busca por laterais, zagueiros e centroavantes – Foto: Felipe André

Postado em 31 de outubro de 2019 por Raphael Bezerra
Olheiros enchem estádios brasileiros em busca das próximas estrelas
Duccio Chelazzi visita o Brasil desde 2000 e observa jogadores para o futebol italiano e admitiu a busca por laterais

Felipe André

Apesar de ser uma competição de categoria de base, uma Copa
do Mundo sempre vai ser uma Copa do Mundo. Os melhores jogadores, ao menos a
maioria dos melhores, com até 17 anos estão no Brasil com o objetivo de ser
campeão. Entretanto, se tem campeonato, tem olheiro. Centenas de pessoas, que
não utilizam uniformes, estão em Goiânia, Brasília e Cariacica-ES, as
cidades-sede do torneio com um objetivo: encontrar a próxima grande estrela.

Os olheiros não são credenciados para o torneio, portanto os
clubes e as empresas esportivas de todo o mundo solicitam ingressos. Para o
torcedor que olha de longe, aparenta ser apenas outros torcedores que sentam
próximos, já que não utilizam nenhum uniforme, mas que ficam perto a área de
imprensa para pedir as escalações que a Fifa disponibilizam, já que possuem
além das escalações, a data de nascimento de cada atleta, o seu clube, posição
e até sua altura.

A Federação Internacional de Futebol (Fifa) informou por
meio de sua assessoria, que a quantidade de ingressos por dia é alterada. Na
última terça-feira, que a bola rolou para Nigéria contra Equador e Austrália
enfrentando a Hungria, no estádio Olímpico, foram 76 ingressos solicitadas
apenas para olheiros.

Saiba mais

Especialista no futebol brasileiro elogia seleção e projeta futuro na Europa 

Para a toda a competição, mais de 1,3 mil ingressos foram
solicitados para olheiros que representam mais de 100 clubes, incluindo AC
Milan, Inter de Milão, Juventus, Arsenal FC, Manchester City, Manchester
United, FC Barcelona, FC Bayern de Munique, Bayer 04 Leverkusen, Flamengo e São
Paulo, entre diversos outros.

Uma coisa precisa ser ressaltada, apesar de poder negociar
com os atletas, nem todos podem ir para a Europa. Jogadores sul-americanos e
africanos por exemplo, só podem se transferir para o mercado europeu após
completar 18 anos, mas nada impede de que a negociação aconteça antes, como o
Real Madrid-ESP fez com Vinicius Junior e Rodrygo, que pertenciam a Flamengo e
Santos respectivamente, que assinaram contrato e só viajaram após completar a
maior idade.

Encantado com o Brasil desde 2000 quando visitou pela
primeira vez, Duccio Chellazzi é amigo do ex-jogador e hoje comentarista
esportivo Edmundo. Foi assim que começou a aprender a falar português e cerca
de 10 anos atrás começou o seu trabalho como “scout”, ou para os brasileiros,
de olheiro. Atualmente ele representa a FIBA Soccer, uma empresa que negocia
com o mercado italiano.

“Normalmente chegamos na competição para observar jogadores
em geral, com características física, técnica e tática para se adaptar ao
mercado da Itália. Mas as principais posições que podem se destacar mais rápido
na Itália são os laterais, atacante central e zagueiro. São as três posições
muito requisitadas na Itália. Outros dependem, tem muitos com características
parecidas, mas a prioridade são os três”, revelou Duccio em exclusividade para
O Hoje.

Apesar do futebol italiano ser mais conhecido por sua força
física e suas táticas, principalmente defensiva, nem todos os olheiros se
restringem a algumas posições. O ex-jogador Jerome Palatsi, que foi goleiro e
defendeu clubes como Montpellier-FRA, Vitória Guimarães-POR, Penafiel-POR,
Beira-Mar-POR, e que após trabalhar como preparador de goleiro, aceitou o
desafio do Montpellier, sua primeira equipe, para ser o seu olheiro seis anos
atrás. Com muitas restrições financeiras.

“Nós somos um clube ‘pequeno’, quando nós vemos
quem estão aqui como o Manchester United, City, os grandes do futebol europeu.
A nossa visão é mais de conhecer os jogadores, não conseguimos contratar quase
ninguém por não ter 18 anos, só os europeus. É um trabalho de conhecimento,
essa é a nova geração e que nos próximos três, quatro anos nós vamos seguir.
Dificilmente vamos contratar algum que está aqui e nesta janela, mas temos que
conhecer o maior número de jogadores”, ressaltou Jerome Palatsi.  

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