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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Controle da dengue

Secretaria de Saúde de Goiás apresenta balanço das atividades de combate ao Aedes Aegypti

Em 2019 16.425.555 imóveis em todo o Estado foram visitados pelos agentes de combate ao mosquito – Foto: Divulgação

Postado em 6 de novembro de 2019 por Leandro de Castro Oliveira
Secretaria de Saúde de Goiás apresenta balanço das atividades de combate ao Aedes Aegypti
Em 2019 16.425.555 imóveis em todo o Estado foram visitados pelos agentes de combate ao mosquito - Foto: Divulgação

Leandro de Castro

Dengue é uma doença febril grave causada por um arbovírus. Arbovírus são vírus transmitidos por picadas de insetos, especialmente os mosquitos. Existem quatro tipos de vírus de dengue (sorotipos 1, 2, 3 e 4). Cada pessoa pode ter os 4 sorotipos da doença, mas a infecção por um sorotipo gera imunidade permanente para ele.

O transmissor (vetor) da dengue é o mosquito Aedes aegypti, que precisa de água parada para se proliferar. O período do ano com maior transmissão são os meses mais chuvosos de cada região, mas é importante manter a higiene e evitar água parada todos os dias, porque os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano até encontrar as melhores condições para se desenvolver.

Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis, porém as pessoas mais velhas têm maior risco de desenvolver dengue grave e outras complicações que podem levar à morte. O risco de gravidade e morte aumenta quando a pessoa tem alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão, mesmo tratada.

Situação Epidemológica

No Brasil, até 12 de outubro deste ano foram notificados 1.489.457 casos prováveis de dengue. A taxa de incidência da doença foi de 708,8 casos por 100 mil habitantes. Os estados de São Paulo e Minas Gerais concentraram 62,0% destes casos. Foram confirmados 683 óbitos por dengue e 369 permanecem em investigação.

Sobre chikungunya foram notificados 123.407 casos prováveis no país. Os estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte concentraram 77,2% dos casos; Quanto aos óbitos, 75 foram confirmados pela doença e 50 seguem em investigação.

Já sobre Zika, até 21 de setembro, foram notificados 10.441 casos prováveis no país com maior taxa de incidência na região Nordeste. Três pessoas morreram pela doença, todas no estado da Paraíba. Em Goiás, até 26 de outubro foram notificados 141.272 casos de dengue. Já foram confirmados 96.598 casos da doença no Estado. 60 óbitos por dengue foram confirmado e outros 73 seguem em investigação.

A maioria dos óbitos foram registrados em pessoas do sexo masculino e com idade acima de 50 anos. O maior registro de mortes foi na faixa etária de 71 à 80 anos. As vítimas apresentavam alguma comorbidade, como hipertensão arterial sistêmica, diabetes ou cardiopatia.

Sobre chikungunya foram notificados 357 casos e um foi confirmado. Não há registro de óbito pela doença em Goiás neste ano. Em 2018 foram 538 casos notificados sendo 11 confirmados;

De Zika foram notificados 1.018 casos e confirmados 38. Sem registros de mortes. No mesmo período do ano passado foram 2.042 casos notificados e 415 confirmados de Doença Aguda pelo Zika Vírus.

Principais sintomas da dengue

Febre alta > 38.5ºC; Dores musculares intensas; Dor ao movimentar os olhos; Mal estar;Falta de apetite; Dor de cabeça; Manchas vermelhas no corpo.

Sinais de alarme da dengue

Dor abdominal intensa e contínua, ou dor à palpação do abdome; Vômitos persistentes; Acumulação de líquidos (ascites, derrame pleural, derrame pericárdico); Sangramento de mucosa ou outra hemorragia; Aumento progressivo do hematócrito; Queda abrupta das plaquetas.

Vigilância Laboratorial

Por meio do Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO), o Estado de Goiás possui um dos melhores escopos de testagem para dengue entre os laboratórios de saúde pública. O laboratório conta com testes modernos direcionados para os casos graves em gestantes, crianças, óbitos e as suspeitas que clinicamente não são definidas. 

Após um teste de triagem, exames positivos para dengue passam pelo teste de “Isolamento viral”, que possibilita a identificação de um dos quatro sorotipos de vírus da dengue. Assim como no restante do país, até o momento, o sorotipo predominante em Goiás é o tipo 2 (DENV-2), considerado de maior gravidade.

Visitas domiciliares

O Sistema Integrado de Monitoramento Aedes Zero (SIMAZ) subsidia e monitora os focos do Aedes aegypti e as ações de combate ao mosquito em todo o Estado; 16.425.555 imóveis visitados em 2019

Ações de combate ao Aedes aegypti e controle da dengue

Instituído um Comitê Gestor Bipartite, pactuado em CIB, para coordenar e acompanhar a execução das ações de atenção integral às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti no Estado de Goiás.

Estruturada a Coordenação de Fiscalização Sanitária de Meio Ambiente, com o objetivo de atuar no controle vetorial e fiscalizar pontos estratégicos e imóveis onde foram identificados a presença de focos e criadouros.

Apoio técnico para a realização de atividades e eventos que promovam a integração entre as ações de vigilância em saúde e de atenção primária à saúde, tanto em âmbito estadual quanto nos municípios, ampliando a realização de visitas domiciliares tanto no período epidêmico quanto no período intersazonal.

Distribuição de Medicamentos

Para apoio aos municípios são adquiridos medicamentos para tratamento dos sintomas da dengue e distribuídos por meio das Regionais de Saúde e aos municípios de Goiânia e Aparecida de Goiânia diretamente. Os municípios são atendidos conforme Boletim Epidemiológico, considerando os que estão em médio e alto risco. A distribuição é intensificada no período de sazonalidade das doenças.

Medicamentos distribuídos:

Cloreto de sódio 0,9 % sol. Injetável sistema fechado 500 ml,

Dipirona sódica 500 mg comprimido,

Dipirona sódica 500 mg/ml sol. oral,

Dipirona sol. Injetável 500 mg/ml; e 

Sais para reidratação oral 27,9 g envelope pó.

Total de medicamentos já distribuídos em 2019: 3.572.113

Lançamento do Arbo

Ferramenta inédita de Ciência de Dados utilizada para agir antes que o município seja considerado de “Alto risco” e antecipar as ações contra o Aedes aegypti.

Funções:

Detecção de anormalidades, como quantidade de casos muito acima do normal;

Semanalmente, o Arbo envia notificações aos municípios que podem ter incidência “Alto Risco”; 

Acompanhamento de sorotipos, com comunicação dos resultados dos exames de isolamento viral (tipo 1, 2, 3 ou 4);

Envio de alertas via Telegram para Secretarias de Saúde, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil.

Conscientização da População

A temperatura média anual de Goiás é uma das mais favoráveis em todo o Brasil para proliferação do mosquito Aedes. O nosso ambiente não permite descuido. Historicamente, levantamentos da SES-GO apontam que a maioria dos criadouros está dentro dos domicílios;

Os principais criadouros são o lixo, reservatórios de água ao nível do solo (tambores e tinas) e pequenos depósitos móveis (bebedouros de animais e e vasos de plantas); A população deve fazer sua parte na eliminação dos criadouros que estão dentro das casas;

Uma campanha publicitária para divulgação na mídia está sendo preparada para conscientizar a população.

 

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