Presidente da Goiasprev diz que folha de pessoal cresceu quase 500% em 15 anos
Gilvan Cândido apresentou os dados sobre o déficit previdenciário nas contas do Estado, que tem uma estimativa de chegar a R$ 6 bilhões até o final de 2029. Fotos: Hegon Corrêa
Aline Bouhid
O presidente da Goiasprev, Gilvan Cândido, explicou que nos últimos 15 anos o crescimento da despesa com folha de pessoal chegou a quase 500%. “Cresceu 490% a despesa de pessoal entre 2003 e 2019. Em 2004, tínhamos cerca de 120 mil servidores. Em 2019 continuamos com aproximadamente 121 mil servidores. O quadro de pessoal não aumentou, mas a despesas cresceu quase 500%”, e completou: “É uma despesa que tem que pagar. É sagrado pagar o salário”. As declarações foram feitas nesta segunda-feira (11) durante o primeiro debate aberto ao público sobre a reforma da Previdência Estadual.
Evento foi na sede da Ordem dos Advogados do Brasil Secção Goiás (OAB-GO). Conforme os dados da Goiasprev, os recursos pagos ao funcionalismo público, seja ativo ou aposentado e pensionista, é difícil entre o Poder Executivo (52,6), Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (20,7%), o Tribunal de Contas do Estado (69,7%), o Tribunal de Contas dos Municípios (57,1%), a Assembleia Legislativa (74,1%). Apenas o Ministério Público (MP-GO) tem superávit, de 33,2%, que vive uma situação de 5 ativos para cada inativo.
Gilvan Cândido apresentou o cenário de endividamento do Estado quando o governador Ronaldo Caiado assumiu o Governo, o valor da dívida consolidada, e qual será o quadro em dez anos. O debate contou com a presença do procurador-geral de Justiça, Aylton Vechi, que reconhece a importância da reforma da Previdência. “Tivemos uma sucessão de omissões e as medidas necessárias não foram adotadas. Isso vem impactar todos nós. O caminho é de acomodação. Há espaço para que possamos dialogar e construir alternativas”, destacou Aylton Vechi.
Representando o Fórum em Defesa dos Servidores e Serviços Públicos do Estado de Goiás, o presidente da Associação dos Oficiais da Polícia e do Corpo de Bombeiros Militar (Assof), coronel Anésio Barbosa, argumentou que existem alternativas que podem ser incluídas nos debates referentes à Previdência, mas admitiu que a expectativa de vida atual é maior que nos anos anteriores e, por isso, a idade mínima para aposentar pode ser alterada. O debate foi conduzido pela conselheira seccional e presidente da Comissão de Direito Previdenciário da OAB-GO, Ana Carolina Ribeiro Barbosa, que ressaltou a necessidade de debates sobre o tema.