Samuel Straioto

A eleição para
escolha de um terceiro vice-presidente para a Assembleia Legislativa de Goiás
(Alego), deve ocorrer na próxima terça-feira (19). Dois nomes estão participando da disputa: Adriana
Accorsi (PT) e Henrique César (PSC). O cargo foi recém criado. Recentemente
houve eleição para o mandato seguinte, mas ficou restando a definição para um
mandato tampão, até o início de janeiro de 2021.

A disputa começou com cinco candidatos, depois passou pra quatro
e agora restam apenas os dois nomes. Inicialmente os cinco nomes na disputa
eram: Humberto Aidar (MDB), Adriana Accorsi (PT), Paulo César Martins (MDB),
Wagner Neto (PROS) e Henrique César (PSC). O presidente da Assembleia
Legislativa, Lissauer Vieira (PSB), disse que inicialmente havia um compromisso
com o MDB para ocupar o posto.

Base do governo

Logo de cara, Aidar foi recomendado a não participar do
processo, por uma questão regimental da Casa. Caso ele fosse eleito para a
função de terceiro vice-presidente, teria de abrir mão da posição de presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Assembleia Legislativa. Pelo
regimento, representantes da Mesa Diretora não podem presidir comissões.

No meio do processo, o deputado Paulo César Martins também do
MDB preferiu abrir mão da candidatura dele. Outra saída da disputa foi do
deputado Wagner Neto. O líder do governo na Casa, Bruno `Peixoto (MDB)
trabalhou para que ficasse apenas um nome da base na disputa a terceira
vice-presidência. Houve um consenso e se canalizou no nome de Henrique César.

“A gente vem conversando, a gente está tentando unir num só
nome. A base está unida, a base amadureceu. Nós dialogamos, a conversa foi boa.
Eu também estava disposto a retirar meu nome, mas houve este amadurecimento em
torno do meu nome”, informou o deputado Henrique César a reportagem de O Hoje.

Durante entrevista, Henrique César evitou em falar em
favoritismo ou que a vitória já estaria encaminhada. O parlamentar declarou que
é preciso respeitar a deputada Adriana Accorsi que também está na disputa e é
um quadro qualificado, na visão dele. O deputado reforçou que pretende até no
momento da eleição continuar conversando com os colegas no sentido de garantir
os votos suficientes para conseguir ser o terceiro vice-presidente da
Assembleia Legislativa.

Representação Feminina

A deputada estadual Adriana Accorsi entende que deveria haver
uma representação feminina na Mesa Diretora da Assembleia. A parlamentar
lembrou que o nome dela foi lançado pela colega Lêda Borges (PSDB). Adriana diz
que ela e Lêda tem trabalho em conjunto nas pautas femininas na Alego. As duas são
as únicas parlamentares mulheres na atual legislatura.

Tanto para o atual biênio, quanto para o próximo não há
representatividade feminina na Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. Em
entrevista ao jornal O HOJE, a deputada Adriana Accorsi, argumentou que as
mulheres são maioria da população e do eleitorado e que essa representação não
tem sido refletida nos espaços de poder na Alego.

A parlamentar entende que para ela ser eleita terceira
vice-presidente, a situação é difícil do ponto de vista político. Ela reforça o
papel de oposição ao governo, mas ressalta que faz de forma responsável e
equilibrada. No entanto, ela alegou que a base tem sido implacável com a
oposição e avalia que isso dificulta a escolha dela para a função.

“Eu tenho buscado apoio, mas não é fácil. A base do governo é
muito obediente. Nossa oposição é responsável e crítica, mesmo assim, base tem
sido dura com a oposição. Não deveria ser assim. Eu creio que deveria haver uma
representatividade feminina na Mesa Diretora, os deputados representam o
estado, a maioria dos eleitores são mulheres. Não é fácil, mas vamos continuar
tentando”, afirmou a parlamentar.

Sem
compromisso

O presidente da Alego, Lissauer Vieira diz
que no momento da parte dele, não há um compromisso com Adriana Accorsi ou com
Henrique César, ele reforçou que o compromisso inicial era com o MDB, mas que
agora para a eleição do terceiro vice-presidente vai depender do trabalho de
articulação dos deputados para que a escolha seja feita pelos parlamentares na
Assembleia Legislativa.