“Masculinidade tóxica” reduz vida de homens nas Américas
A “masculinidade tóxica” reduz expectativa de vida de homens na América, indica um estudo da Organização Pan-Americana da Saúde (OPS). Foto: Pixabay
Aline Bouhid
Hoje (19) é comemorado o Dia Internacional do Homem e estudo da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) indica que em todo continente americano os homens vivem 5,8 anos a menos que as mulheres por conta de comportamentos associados à expectativa de gênero. “Existe uma estreita relação entre masculinidade e saúde. Os papéis, normas e práticas impostas socialmente aos homens exigem ou reforçam sua falta de autocuidado e até negligenciam sua própria saúde física e mental”, aponta o relatório.
A masculinidade tóxica aumenta a mortalidade por suicídio, homicídio, vícios e acidentes de trânsito, além de doenças não transmissíveis, dizem os especialistas. Por exemplo, em mortes por violência interpessoal, morrem sete vezes mais homens que mulheres, em traumas no trânsito, a taxa é de três homens para cada mulher e em cirrose hepática por álcool, a mortalidade é duas vezes maior entre os homens do que entre as mulheres.
Pelo relatório, um em cada cinco homens do continente americano morre antes dos 50 anos, um número que eles consideram “alarmante”. No caso das mulheres, essa percentagem só é alcançado quando completam 60 anos. Homens e mulheres morrem de forma semelhante apenas por problemas respiratórios e diabetes.
O relatório detalha ainda dados por região: no Caribe, os homens morrem mais por AIDS. No restante da América Latina, por cirrose hepática e violência interpessoal; e, na América do Norte destacam-se a doença de Alzheimer e outras demências, além de suicídio e câncer de próstata, cólon e reto.
O estudo enfatiza que esta análise da saúde masculina na perspectiva de gênero seria “impensável” sem o antecedente do feminismo e exige “mobilizar a vontade política e os recursos necessários” para contemplar as necessidades de homens e mulheres.
* Com informações da Revista Exame