Lanna Duarte

Nesta
edição o Essência foi conhecer a cidade de Paraúna no interior do estado e que
está situada a 150 km da capital. Com um pouco mais de 10mil habitantes,
conforme o último censo (2018) a cidade guarda belezas ainda pouco exploradas e
por isso uma preservação encantadora. Alguns moradores da região afirmam que
Paraúna recebe visitas de seres de outros planetas, esse misticismo se deve a
formações rochosas em arenito, com formatos bem curiosos que foram feitas pela
natureza e a ação do tempo durante milhares de anos. Segundo os geólogos as
formações rochosas são de idade permo-carbonífera, com cerca de 290 milhões de
anos e provenientes de erosão que deu formas tão originais às rochas.

Serra das Galés

A
primeira parada é um dos pontos turísticos mais famosos da cidade, o parque
‘Arqueólogo Serra das Galés’, que desde 1996 é reconhecido como Reserva
Particular do Patrimônio Natural. Lá se encontra a tão famosa ‘Pedra do
Cálice’, ‘Pedra da Tartaruga’ e tantas outras. A ‘Pedra do Cálice’ tem cerca de
15m de altura e a vinícola da cidade colocou o nome do vinho produzido por lá
de ‘Cálice de Pedra’ para homenageá-la. Quem passar pelo parque também pode
conhecer a pedra ‘Lorde Francês’, que visivelmente consegue-se enxergar a
silhueta de um homem com vestes e cabelo de um lorde.

Serra da Portaria

No
‘Vale da Portaria’ também há vestígios de construções de antigas civilizações,
que podem ter ligação com os povos maia e inca, que desafiam a imaginação dos
turistas. Um dos pontos de visitação é o intrigante relógio que marca as horas
pela posição do sol. No pé da serra encontra-se também uma queda d’água que
forma uma bela piscina natural, adequada para banho.

Serra da Arnica

Muito
procurada por atletas para praticarem trilhas em motos, essa serra tem grandes
paredões de pedra que lembram uma fortaleza e uma formação rochosa que lembra
um felino em posição de esfinge. A serra ganhou esse nome por ser coberta pela
planta ‘arnica’ e é outro espaço da cidade que está envolto em mistérios por
ser um local pouco visitado.

Muralha de Pedra

Outra
formação rochosa curiosa que todos que tem a oportunidade de conhecê-la se
impressionam. Esta forma uma grande estrutura que se assemelha ao um muro, mas
o que chama atenção são os mais de 80 km de extensão com pedras que formam
degraus.

Ponte de Pedra

Talvez
um dos pontos mais visitados da cidade e mais apreciados pelos moradores de
Paraúna. Distante 60 km da cidade, a ação das águas do ‘Rio Ponte de Pedra’ formou
uma ponte natural e uma gruta cheia de estalactites e estalagmites de grande
beleza e interesse científico. Uma verdadeira obra de arte feita pela natureza.
Quem for visitá-la pode ficar à vontade para levar suas quitandas para um
piquenique ou até mesmo os ingredientes para um delicioso churrasco.

Cachoeiras do Cervo e do Desengano

E
para os amantes de cachoeiras, Paraúna não deixa a desejar. As duas mais
famosas da região são a do ‘Cervo’ e a do ‘Desengano’. A cachoeira do ‘Cervo’
tem complexos de saltos e cachoeiras que formam poços perfeitos para banho, uma
de suas quedas tem aproximadamente 12m de altura. Já a cachoeira do ‘Desengano’
é uma das três quedas do complexo e uma das mais visitadas. A paisagem pode ser
vista de longe, começando a experiência antes mesmo de chegar.

Igreja do Cristo

Pra finalizar, o famoso ‘Cristo Redentor’ fica localizado no
alto da serra no centro da cidade. Quando você se aproxima do local já avista
uma bela praça que a noite, bem iluminada impressiona. Subindo a serra
percebe-se a quantidade de verde, o que deixa a paisagem do caminho ainda mais
bonito. No alto além do Cristo há uma capela simples, mas que vale a pena
conhecer. Como todos os pontos turísticos da cidade estão em uma redoma de
misticismo, esse não poderia ser diferente. As histórias contadas pelos
moradores sobre esse lugar nem sempre têm um final feliz. Mas esses fatos não
anulam a beleza e a experiência que essa cidade proporciona pra quem se dispõe
a conhecê-la de forma integral. (Lanna
Duarte é estagiária do jornal O Hoje, sob orientação do editor Lucas de Godoi)