Clubes goianos buscam acordo para redução de salário dos atletas
Adson Batista, presidente do Atlético, lamentou a perca de receitas durante esse período – Foto: Paulo Marcos/ACG
Felipe André
Atlético, Goiás e Vila Nova buscam em conjunto uma decisão
sobre a redução salarial dos respectivos atletas. Um ofício envolvendo as três
equipes e que foram formuladas pelos devidos advogados, Paulo Henrique Pinheiro
e Marcos Egídio pelo Atlético, Dyogo Crosara e João Vicente pelo Goiás e
Maurílio Teixeira representando o Vila Nova, foi encaminhado ao Sindicato dos
Atletas.
O pedido foi por uma redução de 50% no salário dos jogadores
a partir do dia 1º de abril, onde está previsto o início de férias coletivas,
que deve inicialmente durar 20 dias. Caso esse período seja ultrapassado, os
contratos seriam suspensos até o reinício das atividades e seria prorrogado
automaticamente pelo tempo em que ficaria parado
“O Atlético está discutindo algumas ações com o departamento
jurídico, com o Dr Paulo Henrique Pinheiro e o Dr Marcos Egídio para buscarmos
algumas alternativas. Todos precisam entender que esse momento é difícil para
todos, não só para os clubes, todos mundo precisa dar um passo atrás para dar
dois para frente no futuro”, destacou o presidente do Atlético Goianiense,
Adson Batista para a Rádio CBN.
Essa proposta apresentada pelos clubes precisa passar por
uma aprovação dos atletas, caso contrário a redução pode ser de 25%. Essa
porcentagem é garantida por lei por “motivos de força maior”.
“É lícita, em caso de força maior ou prejuízos
devidamente comprovados, a redução geral dos salários dos empregados da
empresa, proporcionalmente aos salários de cada um, não podendo, entretanto,
ser superior a 25% (vinte e cinco por cento), respeitado, em qualquer caso, o
salário mínimo da região. Parágrafo único – Cessados os efeitos decorrentes do
motivo de força maior, é garantido o restabelecimento dos salários reduzidos”, prevê
o artigo 503 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
O dirigente atleticano também lamentou os primeiros dias de
paralisação, e destacou que tem afetado diretamente as receitas do clube. Além
da questão financeira, a pandemia do coronavírus forçou a paralisação na
reforma do estádio Antônio Accioly, que estava sendo preparado para a disputa
da Série A deste ano.
“É um momento muito difícil, jamais previsto e
de muita preocupação, cada dia que passa perdemos receitas, o prejuízo é
profundo e esperamos que isso possa passar rápido. Ninguém consegue prever, não
sabemos quando a gente pode criar um planejamento, é um momento difícil e sem
rumo”, completou Adson Batista, para o jornalista Alex Rodrigues.