Felipe André

Desde 2002, ano da última edição e que teve o Santos
vencendo o Corinthians na final, o Campeonato Brasileiro Série A não utiliza o
formato de “mata-mata”. A competição desde 2003 busca premiar a equipe mais regular
com o sistema de pontos corridos, mas em 2020 isso pode ser alterado devido a
pandemia mundial do coronavírus.

Com as competições nacionais e internacionais paralisadas,
as federações estudam a melhor maneira para o restante da temporada. A
Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em uma videoconferência com
representantes dos 20 clubes da primeira divisão deixou claro que se o esporte
for retomado até o dia 1º de julho, o calendário não será alterado e as 38
rodadas serão mantidas.

Entretanto se depender do volante Sandro, principal reforço
do Goiás para 2020, o mata-mata seria a escolha para a temporada, com 19
rodadas, ou seja o primeiro turno completo, e depois jogos de ida e volta com
os oito melhores, com quartas de final, semifinal e a final. O atleta
esmeraldino tratou de destacar os jogos decisivos e o calendário que deve ser
encurtado, já que os estaduais ainda não foram terminados.

“Eu acho que seria ótimo, gosto muito do mata-mata, onde
vale muito do jogo, tudo se valoriza. Se um jogador está em um mal dia, é só
aquele jogo, não vai ter outro. Pessoalmente eu gosto de partidas decisivas,
para esse ano eu acredito que seria uma boa ideia, mas para o ano que vem seria
normal, mas não acredito que vão fazer isso, mas uma opinião pessoal seria muito
bom, até por conta do calendário que está curto”, ressaltou Sandro.

Retorno

Ainda sem uma data prevista para o retorno das atividades,
mas de olho na China, que está tentando voltar a normalidade após controlar o
surto inicial, os clubes pediram por um tempo para realizar uma nova
pré-temporada. Mesmo com o tempo parado e os atletas realizando atividades em
casa, sem o auxílio do centro de treinamento dos respectivos clubes ou de uma
academia, Sandro acredita que a motivação vai seguir alta para o restante de
2020.

“A motivação [quando retornar] será a mesma ou ainda maior
por ter pegado todo mundo de surpresa, uma coisa que eu nunca vivi ou ouvir
falar. Temos que nos ajudar agora, é uma situação difícil onde temos que nos
unir. Depois que passar isso eu não sei como vai ser, espero que possa
retornar, todos possamos viver e usufruir do nosso trabalho tranquilamente, sem
ter que ficar pensando no vírus. Espero que passe logo, está sendo muito
frustrante para todos”, disse o volante.

Com a possibilidade de praticamente “começar de novo”,
Sandro ressaltou a união do elenco do Goiás nesses primeiros meses do ano. O
volante admitiu que a equipe demorou a “engrenar”, o que resultou em uma
eliminação precoce na primeira fase da Copa Sul-Americana.

“Não acredito [em uma “nova temporada”]. Até para nós do
Goiás, onde basicamente se montou uma nova equipe, com muitas peças chegando e
agora infelizmente no momento em que estávamos nos sentindo melhor, demoramos
para encaixar e ter todos os atletas a disposição, e agora que começamos a
entrosar a equipe, isso acontece. Para nós não vai ser uma nova temporada, já
nos conhecemos, foi legal esses dois meses. Não sei como vai ser as regras,
como vai ser de agora para frente, se vai mudar o Brasileiro, como vamos
terminar o Goiano, muita coisa ainda tem que acontecer”, completou Sandro,
sobre um novo começo na temporada.

Itália

Após deixar o Internacional, clube que o revelou, Sandro
atuou por 10 anos na Europa, sendo os últimos dois anos e meio na Itália. Após
passar pelo Totttenham, Queens Park Rangers, e West Bromwich, o volante ainda
passou pelo Antalyaspor, da Turquia, antes de chegar na “velha senhora”, onde
atuou no Benevento, Genoa e Udinese.

A Itália é o terceiro país com mais casos confirmados, até o
fechamento desta matéria foram divulgados 80.595 casos, ficando atrás dos
Estados Unidos e China. O número de mortos por coronavírus na país aumentou em
919 em um dia, chegando a 9.134, de acordo com a Agência de Proteção Civil ontem.

“Eu sinto muito, é um país muito lindo. Tem uma liga muito
famosa, eles amam o futebol. É uma pena, eles sofrem muito, mas não somente a
Itália, mas como a Espanha, França. Espero que isso acabe logo”, lamentou
Sandro.

Decisão no Goiás

Após a decisão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF)
de suspender por tempo indeterminado as competições nacionais, o Goiás se
antecipou e decidiu parar as atividades. A medida foi tomada no dia 17 deste
mês, pouco antes do anúncio oficial da Federação Goiana de Futebol (FGF) pelo
adiamento do torneio estadual.

A equipe esmeraldina naquela altura se reuniu e levou a
decisão em conjunta do elenco para a direção, que concordou com o pedido.
Naquele momento, o Goiás se preparava para enfrentar o Atlético Goianiense, na
penúltima rodada da fase de grupos do Campeonato Goiano.

“Nós jogadores nos posicionamos e chegamos à conclusão de
que não seria cabível entrar em campo, o que vale mais é a nossa saúde e de
nossa família. A situação estava ficando muito difícil, outras competições
estavam parando e nós conversamos entre nós e depois com a direção e assim
todos ficaram sabendo que o Goiás não entraria mais em campo”, destacou o
volante Sandro.

O Goiás sofreu repúdio por parte do Jaraguá, que
foi uma das equipes contrárias a paralisação do Goianão. A equipe do interior,
que dispensou o elenco posteriormente, ocupa a segunda posição e não tem outra
competição para o segundo semestre, assim como outros clubes, que já liberaram
os respectivos jogadores.