Victor Pimenta

Os primeiros casos de coronavírus aconteceram na Ásia, mais
especificamente na China, mas foi algumas semanas depois que a pandemia que
estava por vir se alastrou na Europa, onde hoje já somam mais de duzentos mil
casos da doença.

Uma porção bem pequena desses casos estão no Chipre, um país
que tem um pouco mais de um milhão de habitantes. Na pequena ilha situada ao
sul da Turquia, há “apenas” duzentos e catorze casos confirmados, tendo cinco
vítimas fatais.

O volante Vinicius atualmente defende as cores do Olympiakos
Nicosia e mora no Chipre há mais de seis anos. O jogador contou como foi a
paralisação do campeonato Cipriano no meio da temporada.

“A mudança foi brusca. Quando surgiu as notícias em relação
ao vírus e quando começaram a aparecer pessoas infectadas aqui no Chipre, foi
complicado, porque todos nós ficamos preocupados, começamos a nos reservar
mais, ter ainda mais cuidado por onde andar e evitar ficar saindo de casa. Isso
foi há alguns dias atrás e nos dias de hoje o governo tem tomado medidas muito
rigorosas para as pessoas poderem seguir, para evitar sair de casa e só quem
precisa mesmo. Quem for sair de casa tem que avisar, porque se for pego nas
ruas sem permissão é multado”, disse o jogador.

Atualmente o Olympiakos Nicosia ocupa a terceira colocação
do Play-out no campeonato Cipriano. O brasileiro de 33 anos, contou o quão
rápido foi a paralisação da competição logo após surgir as notícias sobre o
Covid-19 e como está sendo a quarentena em casa nesse momento.

“Quando as notícias surgiram e surgiram casos aqui no
Chipre, vimos que era sério mesmo. Enfim, quando surgiu parou completamente o
campeonato. Todos ficamos preocupados e até mesmo achamos que seria uma coisa
passageira, mas não. Estou há dezesseis, dezessete dias em casa de quarentena,
sem estar saindo. Evitando ao máximo, indo apenas no supermercado e farmácia.
Uma situação bem complicada para todos”, ressaltou o volante.

O jogador que tem acompanhado notícias diariamente do
Brasil, pode notar que ao contrário de seu território pátria, o Chipre tem tido
menos problemas, até mesmo por conta da proporção território e população e vê
país entrando em mais crise futuramente.

“Aqui no Chipre em comparação com o Brasil está muito mais
tranquilo. Apesar de ser uma ilha pequena, tem um pouco mais de um milhão de
habitantes. Temos por volta de um cento e cinquenta casos mais ou menos e duas,
três mortes, acredito eu. O Brasil é enorme e acredito que a situação ainda
pode piorar, com mais pessoas infectadas e infelizmente morrerão mais pessoas.
Mas no Chipre, como falei, o pessoal tem sido muito rigoroso e as pessoas tem
tomado bastante cuidado. Para sair de casa, o governo tem que autorizar e só
com essas situações dá para ver o quanto o pessoal aqui está preocupado e temos
que estar. Pelo tanto de pessoas que tem morrido no mundo inteiro, não é
normal”, falou Vinicius.

Sem campeonato desde que grande parte das competições
europeias paralisaram, a direção do Olympiakos tem passado para seus atletas
uma rotina de exercícios para que aproveitem o isolamento para continuar
mantendo seu condicionamento físico, para que quando voltar, estejam em um
ritmo parecido antes da paralisação.

“Aqui parou o campeonato, como no resto do mundo por causa
desse coronavírus. Nós temos tido conversas diárias, mas recebemos mensagens em
nossos telefones e ficamos por dentro da situação que eles têm conversado
sempre com os presidentes dos outros clubes e da própria federação do Chipre.
Brevemente tomarão uma decisão em relação ao campeonato e não sabemos ainda se
haverá continuidade ou não, mas temos que aguardar o que acontecerá nos
próximos dias. Também os treinadores falam que temos que manter a forma física,
sempre estar trabalhando em casa e passam exercícios para mantermos a forma”,
contou o brasileiro.

Com isso, Vinicius não sabe qual o futuro do campeonato Cipriano.
O jogador viu que o covid-19 não tem afetado somente o futebol, mas outros
trabalhos e espera dias melhores para retornar aos campos o mais rápido
possível, porém ainda com indefinição.

“É difícil pensar. Agora estamos seguindo nossas vidas
normais, mas parou tudo. Não somente em relação ao futebol, mas em relação a
muitas outras coisas, muitos trabalhos e vai acabar prejudicando todo mundo.
Então é difícil ver um bom cenário nos próximos tempos e em relação ao
campeonato não sei o que irá acontecer, se vamos ter motivação ou não, mas
temos que aguardar para ver o que irá acontecer”, concluiu Vinicius.

Natural de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Vinicius tem
sempre contactado com seus pais mesmo à distância. O volante atualiza todas as
informações para seus familiares e orientando a melhor forma de se proteger
nesse momento difícil.