Não há garantias de que as Olimpíadas serão seguras, segundo ex-atleta
Hayley Wickenheiser é tetracampeã olímpica e atual membra do COI – Foto: Divulgação Canadá
Luiz Felipe Mendes
Os Jogos Olímpicos de Tóquio
eram para acontecer neste ano. Contudo, a pandemia da Covid-19 fez com que o
evento esportivo fosse adiado para meados do ano que vem, ainda a ser sediado
no Japão. A decisão foi tomada para que a competição seja realizada de maneira
segura, mas para Hayley Winckenheiser, ex-atleta de hóquei no gelo e membra do
Comitê Olímpico Internacional (COI), ainda existem dúvidas.
Aos 41 anos, a canadense é
considerada como um dos maiores nomes de sua categoria. Além disso, ela é
conhecida por expressar suas opiniões sem medo das represálias, ainda que tenha
sido advertida pelo COI após criticar o próprio comitê quando o adiamento ainda
não havia sido oficializado.
“É assim que costuma
funcionar. Eles gostam de tentar conter a mensagem e ter uma mensagem, mas não
acho que uma instituição democraticamente eleita como o COI deva censurar seus
membros, especialmente em momentos como este. Entendo que você quer se unir e
ter uma voz pública para não ter todo mundo falando. Respeito isso. Mas nessa
situação em particular eles discordaram da minha posição de qualquer maneira.
Portanto, isso não mudaria nada se eu tivesse falado com eles. Eles
continuariam levando adiante sua mensagem”, comentou.
É importante mencionar que
Winckenheiser tem trabalhado com pacientes infectados pelo novo coronavírus,
doando equipamentos como luvas e máscaras. A tetracampeã olímpica está perto de
se formar na escola médica da Universidade de Calgary e tem medo de que as
Olimpíadas não possam acontecer em 2021, mesmo com tanto tempo para que a
pandemia seja erradicada.
“A verdade é que ninguém sabe (o futuro da pandemia do coronavírus). Não
há uma pessoa no mundo que saiba. Podemos prever que os Jogos podem acontecer
em um ano se houver outro grande surto? Não podemos. Mas acho que é um prazo
razoável, dado o histórico, para planejar e avançar. Portanto, acho que não há
muito mais que o COI possa fazer. E concordo em não cancelar os Jogos, acho que
ninguém quer isso, isso não é bom”, opinou.