Devido à Covid-19, país corre alto risco de desabastecimento de três vacinas
Segundo o Ministério da Saúde, não haveria no momento nenhum registro de falta dos produtos que imunizam contra hepatite B, tétano e meningite| Divulgação
Da Redação*
Um relatório interno do Ministério da Saúde aponta que a crise mundial da Covid-19 provoca risco “alto” de desabastecimento no Brasil de três vacinas que dependem de insumos de outros países. São imunizantes para hepatite B, tétano e meningite. Não há registro de falta dos produtos para a população no momento. O monitoramento é sobre risco futuro.
Segundo a Agência O Globo, nos caso das três vacinas classificadas em “alto” risco de desabastecimento, os fornecedores são de países europeus que ainda sofrem as consequências do novo coronavírus. O produto contra hepatite B listado no documento vem da Espanha. Já o imunizante para meningite tem origem na Itália. Os dois países se tornaram epicentros da Covid-19 na Europa.
A terceira vacina também monitorada no relatório com elevado risco de faltar, a antitetânica, depende de fabricante alemão. A Alemanha sofreu, com menos impacto que Itália e Espanha, a onda de casos e mortes da Covid-19.
Foram mapeadas ainda pelo Ministério da Saúde vacinas com risco “médio” de desabastecimento: contra cólera, vinda da Coreia do Sul, e HPV, dos Estados Unidos. A antirrábica, cujo fornecedor é de Israel, está listada com “baixo” risco de faltar, aponta o documento ao qual o GLOBO teve acesso.
O relatório faz uma espécie de balanço de várias ações relacionadas à vigilância epidemiológica desde o ano passado. Assim, nem todas são relacionadas à Covid-19.
Em nota, o Ministério da Saúde informa que “a manutenção da rotina não sofrerá intercorrência desde que mantidos os prazos de entregas previamente estabelecidos em contratos” e destaca que o relatório da pasta é “um instrumento para avaliar e monitorar possíveis riscos, ou seja, não significa desabastecimento de qualquer produto”. Ao ressaltar que “não há desabastecimento de nenhuma vacina”, afirma que “o estoque tem sido suficiente para atendimento da rotina de distribuição, inclusive para aquelas vacinas adquiridas no mercado internacional”.
A pasta explicou que as projeções sobre risco de desabastecimento levam em conta “variáveis como número de fornecedores de cada produto no Brasil e no mundo, local de fabricação dos princípios ativos e dos produtos finais, restrição ao deslocamento de pessoas e mercadorias no país de origem, determinação de quarentena no local, número de casos de Covid-19 no país de origem, entre outros”. Com base nessa avaliação, o ministério diz que trabalha com fornecedores nacionais e internacionais para “garantir o fornecimento dos produtos e evitar situações de desabastecimento do SUS no futuro”.
A Espanha, por exemplo, é o segundo do mundo com mais casos notificados da Covid-19 (210 mil) e está na primeira posição em taxa de mortalidade: 446 por milhão de habitantes, segundo o boletim do Ministério da Saúde de segunda-feira. A Itália ocupa o segundo lugar em óbitos, 393 óbitos por milhão de habitantes, e terceiro em número de casos (178,9 mil). O Brasil, para fins de comparação, tem mortalidade de 12 para cada milhão de habitantes.
*Com informações da Agência O Globo