Motoristas do transporte coletivo denunciam cortes de até 50% do salário em Goiânia
Profissionais reclamam também da divulgação de horários de trabalho, cuja divulgação acontece depois da meia-noite e, em muitos casos, precisam iniciar o trabalho às 4h da manhã – Foto: Reprodução.
Nielton Soares
A difícil situação do transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia não está afetando apenas os usuários, que precisam aguardar por horas e em aglomerações nas paradas de ônibus – muitos sem proteção como inúmeras vezes já denunciou o jornal O Hoje – e nos terminais, mas os motoristas também estão sofrendo com a desorganização.
Profissionais, denunciaram ao O Hoje, mediante anonimato, temendo pelo pior: a demissão, contaram que os salários foram reduzidos em 25 e 50%, nas duas principais empresas do transporte HP e Rápido Araguaia, respectivamente.
Consultado, o Sindicato das Empresas (SET) informou, por nota, que “a definição de planilhas é feita pela CMTC [Companhia Metropolitana do Transporte Coletivo]. Já os salários são de responsabilidade de cada empresa”. Já a CMTC respondeu, via assessoria de imprensa, que o SET, representante das empresas, que deveria responder.
Para a próxima segunda-feira (27) está agendada uma reunião com os principais envolvidos pelo transporte coletivo; poder público, empresários do setor, Tribunal de Justiça de Goiá (TJ-GO, CMTC e outros; para tratar de soluções para mitigar os impactos do ‘rombo’, alegado pelas empresas.
Diante das denúncias feitas por funcionários do sistema de transporte público coletivo de Goiânia e região metropolitana, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros da Região Metropolitana de Goiânia (SET) informa:
1.Sobre a planilha:
Desde o início da crise o SET e a CMTC, em comum acordo, desenvolveram uma planilha básica para atender à nova realidade da operação com a redução de 80% no fluxo normal de passageiros e com a obrigatoriedade de levar apenas passageiros sentados. Ela está sendo seguida e incrementada diariamente de acordo com demandas específicas como aquelas linhas que atendem hospitais, por exemplo.
2.Sobre a escala:
O SET não tem conhecimento de nenhum atraso em entrega de escala aos motoristas das empresas.
3.Sobre redução de salários e jornada:
O SET recomendou a todas as operadoras que tivessem como base a Medida Provisória 936 para manter o sistema funcionando e os empregos. Cada empresa seguiu o caminho que julgou mais adequado: férias, licença não remunerada e a redução de jornada e sua consequente redução de salários. Essas ações foram aplicadas numa parcela pequena dos empregados, buscando adequação de custos à atual realidade.