Estudo aponta Goiás como 14ª maior receita no futebol brasileiro em 2019
Essa variação, resulta no superávit, e deixou a equipe goiana a frente de equipes como o Vasco, Botafogo, Palmeiras, Corinthians e São Paulo – Foto: Afonso Cardoso
Felipe André
Com a paralisação do futebol, devido ao Covid-19, as atenções no início deste mês se viraram para os balanços das equipes brasileiras. Com o limite de até o dia 30 do último mês para divulgar publicamente as demonstrações financeiras, legitimada através da Lei Pelé, os balanços precisam seguir padrões e critérios estabelecidos pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), além de ter sido verificados e avaliados por uma auditoria independente e externa. Apesar disso, seis da primeira divisão não divulgaram.
Entre os relatos disponíveis, um estudo realizado pela consultoria Sports Value, que foi publicado inicialmente pela revista Exame, aponta o Goiás como o oitavo maior superávit na temporada de 2019. O ano em que o clube retornou para a primeira divisão e conseguiu uma vaga na Sul-Americana deste ano, onde foi eliminado, rendeu a 14ª maior receita, entre os 16 disponíveis.
Foram R$ 2 milhões e 800 mil de lucro na última temporada, em uma receita de 99,3 milhões, que rendeu uma variação positiva em comparação ao último ano de 23%. Essa variação, resulta no superávit, e deixou a equipe goiana a frente de equipes como o Vasco, Botafogo, Palmeiras, Corinthians, São Paulo, entre outros. Mas levando em consideração o valor da receita, ficou a frente apenas de Ceará e Fortaleza.
A outra equipe goiana da primeira divisão, o Atlético Goianiense, também teve um superávit, mas não entrou na lista da consultoria. O rubro-negro somou pouco mais de R$ 1 milhão e 200 mil, bem abaixo do R$ 6 milhões e 300 mil de 2018. A justificativa do presidente Adson Batista foi o investimento realizado no futebol, que na última temporada foi “bem maior” para conseguir o acesso.
Outras equipes
A prática de gasto igual ou maior do que a receita também rendeu Cruzeiro, Corinthians e São Paulo os piores déficits dos últimos anos, incluindo receitas e despesas fora do futebol, como com estádios, atividades sociais do clube e outras frentes. O prejuízo ultrapassou os 200 milhões de reais. O maior déficit é o do Corinthians, que teve saldo negativo de 394 milhões de reais nos últimos seis anos.
A estimativa é que o Cruzeiro tenha faturado 342 milhões de reais, o que representaria uma baixa de 12% em relação a 2018. Com esses valores, os gastos com futebol chegariam a cerca de 141% do faturamento, muito acima dos 85% gastos no ano anterior. Já o São Paulo, segundo pior time no índice entre receita e gastos, faturou 398 milhões de reais em 2019, 2% a menos do que no ano anterior. O time gastou tudo o que ganhou: os gastos com futebol representaram 106% do total, ante 75% em 2018. O Corinthians teve receita de 425,7 milhões de reais, 9% menor do que em 2018. Com futebol, gastou 98% disso, em comparação aos 80% que havia gastado no ano anterior.
“São times que gastaram muito com elenco e não conseguiram ser campeões novamente ou avançar muito nas competições, então não ganharam receita de premiação e ficaram dependentes de venda de atletas”, afirma Amir Somoggi, presidente da Sports Value e especializado em marketing esportivo e negócios do futebol.
Receitas Valor Variação (2018-2019)
1 Flamengo 950,4 75%
2 Palmeiras 641,9 -2%
3 Internacional 441,3 50%
4 Grêmio 440,0 4%
5 Corinthians 425,7 -9%
6 Santos 399,8 84%
7 São Paulo 398,0 -2%
8 Athletico-PR 390,2 100%
9 Cruzeiro** 342,0 -12%
10 Fluminense 265,2 -11%
11 Vasco da Gama 215,3 -17%
12 Botafogo 213,6 17%
13 Bahia 189,5 39%
14 Goiás 99,3 23%
15 Ceará 98,1 51%
16 Fortaleza 95,2 137%
*Fonte: Sports Value, com base em balanço dos clubes
**Projeção