Protagonistas de CS:GO no JUGs 2020 falam sobre trajetórias e provocações na final
As equipes acima foram as sete participantes, representando três faculdades diferentes do estado de Goiás – Foto: Divulgação
Luiz Felipe Mendes
No último final de semana,
entre sábado (23) e domingo (24), aconteceu a etapa de Counter-Strike: Global Offensive
(CS:GO) nos Jogos Universitários Goianos (JUGs) de 2020. A modalidade de
eSports contou com um total de sete equipes participantes de três faculdades
diferentes, e a grande vencedora foi a Liga das Engenharias da Universidade
Federal de Goiás (LEUFG). O que não faltou foi rivalidade e troca de farpas.
Os times que se inscreveram, além
da LEUFG, foram a UFG Eagles e a Enigma representando a Federal, a Tragedy,
Ren3gade e Hawk1ngs Unicerrado vestindo as cores do Centro Universitário
UNICERRADO, e a PUC-GO como única integrante proveniente da Pontifícia
Universidade Católica de Goiás. O modelo da competição consistia em três
partidas no primeiro dia, definindo os quatro classificados para as semifinais
(a Tragedy passou por sorteio) e os três eliminados. O sistema era de MD3
(melhor de três), e apenas a briga pelo terceiro lugar ocorreu em MD1.
A LEUFG avançou para cruzar
seu caminho com a Tragedy, e a UFG Eagles – que acabaria terminando em terceiro
– foi medir forças com a PUCGO. Na decisão, LEUFG e PUCGO se encontraram e a
equipe da Federal venceu por 2 a 0. O jogador Murilo Carvalho, de 21 anos,
estudante do 5º período de Engenharia Elétrica, foi eleito o melhor do torneio
(MVP). “(A decisão) foi inesperada, eu jogo com rapazes muito bons no meu time.
Sempre digo que eles são a base forte do time e os melhores. Ser o MVP desse
campeonato parte, a princípio, deles. Eles que me fazem jogar bem. Sem o meu
time eu não seria nada”, valorizou.
No lado da PUC, Victor Hugo,
estudante de Direito de 20 anos, também do 5º período, foi um dos que mais
chamou atenção na competição pelo fato de já atuar profissionalmente. “Bom, sou
bastante experiente no game, já participei de diversos times e campeonatos
relevantes. Contabilizando apenas os campeonatos goianos realizados em lan
houses, eu sou hexacampeão. E já tive ótimos resultados com times da internet,
oportunidade na qual conquistamos a liga amadora, enfrentando a G3X na final, e
a classificação para a liga profissional da Gamers Club, que me fez ser
contratado por uma organização profissional como jogador”, comentou.
Murilo, apesar de não jogar
profissionalmente, também possui muita experiência no jogo. “Então, eu jogo CS
desde 2014 quando o jogo era novidade aqui no Brasil. Competitivamente, nunca
fui de me esforçar tanto para chegar em alto nível. Quando entrei na faculdade
não havia suporte nenhum para tais campeonatos, mas desde o ano passado o
cenário universitário vem crescido muito. Desde então eu passei a coordenar o
time de CS da Engenharia Elétrica da UFG e de cara já ganhamos o INTER, que é
um campeonato muito almejado por atléticas de dentro da UFG. Neste ano,
participamos da Copa Start beneficente e nos sagramos campeões também. A Copa arrecadou
mais de 600 reais para instituições de caridade e também muito alimento”,
declarou.
Discussões
No cenário do eSports, é comum
a presença do “trash talk”, quando torcedores ou até mesmo jogadores destilam
provocações. Depois do resultado da final, os apoiadores da LEUFG não deixaram
barato. “Então, quando a PUC estava enfrentando nossos parceiros de
universidade, a Gray Eagles, eu vi o chat da transmissão e notei muita
discussão entra as torcidas. Notei naquele jogo que a torcida da PUC estava um
pouco exaltada, e com razão, já que estavam ganhando o jogo da semifinal. Ouvi
dizer também que o jogador da PUC, Diniz (Victor), foi desrespeitoso com uma
galera da UFG. Na final, o melhor time ganhou, e tudo que nossa torcida fez e
falou eu vejo como uma resposta ao que eles fizeram durante a semifinal contra
nossos parceiros”, explicou Murilo.
Victor Hugo deu sua versão dos fatos. “Quero apenas dizer que o esporte
é motivado por amor e provocação e na torcida deles não faltou nenhum dos dois
requisitos. Não tenho nada contra ninguém, levei tudo na esportiva. E o bom de
ser universitário é que, provavelmente, irei acabar tomando uma cerveja junto
com eles qualquer dia, situação em que riremos do que eles disseram e também do
que eu disse, pois também os provoquei”, minimizou.