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quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Entressafra

Goiás está entre os estados brasileiros com maior produção de girassóis

Na Região Metropolitana de Goiânia é possível ver plantações em Bela Vista de Goiás e Senador Canedo| Foto: Wesley Costa

Postado em 28 de maio de 2020 por Sheyla Sousa
Obra do Terminal Isidória só será concluída em 2021
Com pouco menos de dois meses para o fim do ano

Igor Caldas

Goiás está entre os estados
brasileiros com maior produção de girassóis, com cerca de 20 mil hectares
plantados. Na Região Metropolitana de
Goiânia é possível ver plantações em Bela Vista de Goiás e Senador Canedo. A
Fazenda Vargem Bonita, em Senador Canedo, possui 100 hectares de cultivo de
girassol. A planta é cultivada principalmente na entressafra da soja. O produto
é usado na produção de óleo comestível, mas suas lindas flores acabaram
atraindo a presença de quem passa pela região para tirar fotos.

O gerente da fazenda, Cleolandio da Silva Santos, afirma
que é a primeira vez que há a produção de girassóis no local. “Estamos
experimentando fazer a entressafra com um pouco de girassol porque o preço de
mercado está bom e temos tido sucesso no plantio”, declara. A origem da planta
é a América do Norte, mas o cultivo tem ampla capacidade de adaptação às
diversas condições de latitude e fotoperíodo sendo cultivada em vários estados
do País. Em Goiás é feito especialmente após a cultura da soja, como é feito na
Fazenda Vargem Bonita.

A produção de algumas espécies de
plantas possui ciclo curto e se desenvolve apenas durante alguns meses do ano
por causa das condições climáticas as quais são adaptadas. Depois do período de
safra quando há a colheita, o solo entra em situação de repouso ou descanso
para reposição de nutrientes. Nesta época, a terra fica sem atividade agrícola
e força produtores a buscarem alternativas de renda.

O ano agrícola é diferente da
marcação de tempo utilizada por outros ciclos econômicos. O primeiro mês para o
produtor nem sempre é janeiro. O cultivo de plantas depende muito das condições
climáticas nas quais elas estão mais adaptadas. O cultivo do girassol é feito
principalmente na safrinha, que são culturas de ciclo anual curto, produzidas
mesmo com condições climáticas menos favoráveis. É exatamente para conseguir
uma alternativa de renda que o produtor faz o cultivo da flor.

De acordo com informações da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) girassol é uma boa opção
para esse tipo de plantio porque é tolerante tolerável ao clima seco do Estado.
Além disso, tem menor incidência de pragas e de doenças na planta. A
resistência a essa particularidade é devido às raízes profundas da planta que
exploram grande volume de solo para absorver grande quantidade de água e
nutrientes. A produção de girassol também fornece ciclagem de alguns nutrientes
essenciais, principalmente potássio. O ciclo completo da planta dura
aproximadamente 110 dias.

Indústria

Os grãos da planta são usados para atender a produção industrial de
óleo comestível, da agroindústria, do mercado de pássaros que consomem a
semente e também na produção de biodiesel. Os maiores mercados consumidores
estão nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, mas é distribuída para venda em
todo o Brasil. Por possuir uma flor de coloração amarela com imensa beleza,
essa parte da planta pode ser direcionada para abastecer floriculturas e
supermercados. Segundo informações da Embrapa, o girassol é a terceira cultura anual com maior produção de óleo no
mundo, sendo responsável por 16% da produção mundial. O grão de soja atende
46% desse tipo de produção.

O óleo de girassol é enriquecido
principalmente de ômega-6. Em doses modestas, esse tipo de gordura faz bem a
saúde. Ele possui ácidos graxos que não são produzidos pelo organismo e devem
ser ingeridos por meio dos alimentos. Recentemente, tem sido introduzido no
mercado o girassol rico em ácido graxo oleico (girassol alto oleico). A
presença deste ácido graxo, além de trazer benefícios à saúde, confere ao óleo
alto grau de estabilidade oxidativa, sendo bastante procurado pela indústria de
alimentos.

Girassóis atraem olhar de turistas e fotógrafos

Cleolandio afirma que não
esperava que as flores das plantas fossem atrair as pessoas para fazerem fotos.
“Quando optamos por esse tipo de cultivo eu sabia que iria atrair uma ou outra
pessoa para tirar fotos, mas após a divulgação do local em reportagens, têm
aparecido muitos fotógrafos para produzir álbuns aqui”. Ele ainda diz que está
com dificuldades para controlar a entrada de algumas pessoas que desrespeitam e
invadem a propriedade privada.

“A invasão à propriedade acaba
trazendo prejuízo porque as pessoas acabam estragando as plantas”, defende o
gerente. Ele ainda declara que a forma mais efetiva de fazer o controle das
pessoas seria por meio da contratação de um serviço de segurança privado. “Aqui
não tem jeito, só contratando seguranças para barrar a entrada e vigiar dentro
da propriedade”.

Como forma de tentar controlar o
fluxo de pessoas e cobrir prejuízos causados por invasores, o gerente passou a
estipular uma taxa de R$ 10 para entrada de visitantes. “Alguns fotógrafos usam
esse espaço para executarem seus trabalhos diariamente”. Cleolandio afirma que
as pessoas deixariam de frequentar o local por causa da cobrança da taxa, mas todos
os dias chega mais gente para fotografar os lindos girassóis.

O casal de fotógrafos Paula e
Thelmo Souza estava produzindo um portifólio de fotografia para apresentação
aos clientes no campo de girassóis da Fazenda Vargem Bonita, no fim da tarde da
última terça-feira (26). Eles descobriram o local por meio de recomendação de
colegas de profissão. “É a primeira vez que estamos aqui, mas já vimos que tem
um potencial ótimo para produzir fotografias”, afirma Thelmo. O casal possui
uma empresa de ensaios fotográficos para recém-nascidos e casais.

Outras pessoas vão até o campo de
girassóis para dar um passeio sem intenções comerciais. É o caso de Sumara Helena e Saulo Cardoso que levaram
a pequena neta Helena, de três anos, para conhecer a plantação. “Aqui é muito
lindo. Ficamos receosos de ter muitas pessoas aglomeradas, mas estão todos
espalhados pelo campo aberto e isso nos deixa mais tranquilos”, relata Sumara.
Ela diz que o passeio no campo foi um alívio ao isolamento social que a família
tem enfrentado para prevenir a contaminação de Covid-19.

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