Moacir reforça a luta contra o racismo e pede mais posicionamento de atletas
Moacir se mostrou contra a violência gerada em alguns protestos, mas elogiou a causa e pediu mais apoio de jogadores – Foto: Assessoria/Atlético
Felipe André
A luta contra o racismo tem sido alvo de protestos ao redor
de todo o mundo, mesmo durante a pandemia do Covid-19, o novo coronavírus. O
assassinato do norte-americano George Floyd por um policial branco em
Minneapolis-EUA, causou revolta que levou milhares de pessoas as ruas. No
Brasil diversas personalidades se posicionaram, entre eles o volante do
Atlético Goianiense, Moacir.
O jogador tratou de ressaltar a luta diária que passou e
ainda passa. O atleta que foi um dos destaques dentro de campo na campanha pelo
acesso na última temporada, destacou que a morte de George Floyd foi filmada,
mas questionou sobre os diversos casos que acontecem sem o mesmo destaque e de
maneira escondida.
“Dentro de campo nunca sofri (com racismo). Sofri no dia a
dia, quando criança, adolescente, adulto e até hoje vagamente acontece algumas
situações. Teríamos que ter uma janela para falar sobre isso várias horas e
mesmo assim não daria tempo. É muito fácil falar sobre o racismo só no dia 20
de novembro, na Consciência Negra. Gosto quando sou abordado para falar. Ainda
estamos em junho e devido a morte de um cidadão negro norte-americano o mundo
se rebelou. Isso é só para acordar o mundo, isso acontece todos os dias, mas é
claro, escondido, embutido em várias vielas, favelas e periferias”, destacou
Moacir.
Jogadores foram cobrados nas redes sociais para se
posicionarem na luta contra o racismo. O volante Moacir concordou que mais
atletas deveriam ter empatia e ajudar na luta e que não esperassem apenas
quando uma tragédia aconteça.
“Tem muitos jogadores que poderiam (falar mais).
Recentemente eu vi o Tchê Tchê (meia do São Paulo) bem ativo em meio a
protestos, nas redes sociais, ele juntamente com o Zé Roberto. Parte muito só
de jogadores negros, para a gente fica fácil, nos defender e defender a nossa
raça, isso é fácil para nós. Mas tem outros jogadores que mesmo negros ou
brancos, que eu acho que deveria ter mais empatia, só ter dó quando acontece o
ato, fica muito ‘fácil’. Eu falo muito em ter essa luta, essa briga o ano todo
e não esperar acontecer casos, como já foi do João (Pedro), do (George) Floyd,
Amarildo, dentre outros. Todos os anos esperamos um caso assustador para ter
reuniões, protestos”, lamentou Moacir.