Secretária de Meio Ambiente reage a ataques do prefeito de Cavalcante ao Governo de Goiás
Titular da Semad afirma que Josemar Saraiva Freire emitiu licença de desmatamento que frauda a legislação, em benefício próprio, e lembra que agronegócio goiano corre risco de sofrer boicote por conta de crimes ambientais| Foto: Divulgação
Eduardo Marques
A secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Andréa Vulcanis, reagiu a ataques feitos ao Governo de Goiás pelo prefeito de Cavalcante, Josemar Saraiva Freire, após operação que revelou crimes ambientais em diversos pontos do município.
A titular do Meio Ambiente ressalta que o compromisso do Governo de Goiás é com a lei, com a preservação das riquezas naturais do Estado e com a sustentabilidade do agronegócio, atividade econômica que emprega direta e indiretamente milhares de famílias goianas.
“Falta com a verdade o prefeito quando diz que o Governo de Goiás e a Semad estão na região para prejudicar o produtor rural. Não há perseguição a ninguém. Todos aqueles que cumprem a lei e têm licenças continuam a produzir com tranquilidade e apoio do governo. Apenas não podemos compactuar com o crime ambiental, com o desmatamento de grandes áreas sem observar os critérios técnicos”, afirma.
O desmatamento em Cavalcante teve como agravante a descoberta de áreas do próprio prefeito onde se realizava supostamente a chamada “limpeza de pasto” quando se tratava de verdadeiro dano ao cerrado virgem, que a natureza levou milhões de anos para constituir.
Para tentar justificar a ação criminosa, o prefeito utilizou-se de licença concedida pela própria prefeitura para a supressão vegetal. O Município não tem legitimidade para essa emissão. Somente a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, pela lei, pode conceder essas licenças. As áreas desmatadas pelo prefeito totalizam 270 hectares, sendo 35 em áreas públicas.
Ao todo, mais de R$ 15 trilhões, de mais de 230 fundos europeus e americanos, devem se recusar a investir em áreas com desmatamento acelerado. Pelo menos R$ 5 bilhões já investidos no Brasil podem ser retirados em curto prazo. Além disso, mercados internacionais tendem a recusar produtos agrícolas oriundos de regiões de desmatamento. Tal boicote atingiria fortemente a economia goiana, que conta hoje com cerca de 80% de suas exportações vindas do campo.
Andréa Vulcanis lembra que a questão extrapola o fator econômico. “É preciso ter claro que o cerrado de Goiás é o que garante o sustento do produtor e que gira nossa economia. Sem o cerrado, sem a produção de água, sem as chuvas que o cerrado nos permite, não tem produção”, conclui.