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quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Cidades

Multas por andar sem máscara de proteção ainda não são aplicadas

Fiscalização da prefeitura não está aplicando multas para aqueles que deixam de utilizar a máscara – Foto: Divulgação

Postado em 27 de junho de 2020 por Sheyla Sousa
Multas por andar sem máscara de proteção ainda não são aplicadas
Fiscalização da prefeitura não está aplicando multas para aqueles que deixam de utilizar a máscara - Foto: Divulgação

Daniell Alves

O decreto que tornou obrigatório o uso da máscara em Goiânia não está sendo respeitado por parte dos goianienses. Mesmo com a pandemia do Coronavírus, a reportagem flagrou diversas pessoas transitando por locais públicos, mas sem o uso da proteção fácil. Além da falta de conscientização, a fiscalização não está sendo efetiva por parte da Guarda Civil Metropolitana (GCM) no sentido de punir aqueles que não utilizam a máscara.

Além das aglomerações, a proteção facial ainda não é prioridade para os goianienses. Segundo o documento publicado pela prefeitura, quem sair de casa tem que usar a máscara, inclusive dentro dos carros. Quem for pego sem o EPI em espaços públicos pode ser autuado e/ou multado no valor de R$ 627,38. No entanto, pelo o que a reportagem apurou, ninguém foi multado até o momento. A fiscalização da GCM trata-se de ações para conscientizar a população. Questionada pela reportagem, a prefeitura não informou se alguém foi multado nesta semana.

“A fiscalização é feita pelos agentes da GCM que estão orientando as pessoas num primeiro momento. No caso de ocorrer a necessidade de multar, os guardas recolherão os dados pessoais e o endereço para, posteriormente, gerar o auto de infração, que será feito pela Vigilância Sanitária e chegará na casa do infrator”, disse a pasta em nota ao O Hoje.

Comandante da GCM, Wellington Paranhos, explica que as fiscalizações têm sido feitas desde o início da pandemia para evitar que o decreto seja descumprido. Agora, a diferença é que a máscara se tornou obrigatória. Também informa que o texto da prefeitura não faz distinção e orienta o uso em qualquer tipo de via pública. “O objetivo não é fazer a lavratura da multa, mas conscientizar a população de que esta veste se tornou uma peça do corpo, como uma camisa ou calça. Algo que, a partir do momento que não utiliza, gera algo ruim para a pessoa e para os outros”, explica.

Conscientização

Ele informa que se a equipe encontrar alguém sem a máscara, será feita a abordagem solicitando que a pessoa faça o uso. “O que vemos é que a população carrega a máscara”, diz. A proteção deve se tornar um hábito se todos começarem a usar nos momentos corretos, ressalta o comandante. Se todo mundo fizer a sua parte, mais atividades serão flexibilizadas e irão voltar ao normal, completa o comandante.

Já a Vigilância Sanitária de Goiânia, que também auxilia na fiscalização, diz que a multa será aplicada assim que os agentes encaminharem o pedido ao órgão. “Por se tratar de uma infração sanitária, a obrigatoriedade se torna ainda mais importante, pois a falta do acessório estará colocando a pessoa e quem estiver ao seu redor ainda mais sujeita à contaminação”, alertou o coordenador da Central de Fiscalização Covid-19 de Goiânia, Dagoberto Costa.

Cada um faz a sua parte

A manicure Suellen Costa, 38 anos, não sai de casa sem a máscara. Ela tem mais de cinco unidades em casa e acredita que isso será um hábito nos próximos anos. “No começo foi difícil para todos se adaptarem, mas já tem mais três meses de pandemia e nada justifica as pessoas não quererem usar. Tem que multar mesmo, porque só assim as pessoas aprendem e se conscientizam no bolso”, afirma. Suellen tem saído de casa somente para ir ao supermercado e para pagar contas. Segundo ela, qualquer medida de segurança é importante e deve ser primordial neste momento.

Sem multas por enquanto

Em nota ao O Hoje, a prefeitura somente reforça as medidas já descritas no decreto. Esclarece, ainda, que há risco de contaminação das mãos dentro do veículo e consequentemente das máscaras, por isso a determinação de usar o acessório inclusive dentro dos carros. “Apenas crianças menores de 2 anos e pessoas incapacitadas ou incapazes de remover a máscara sem assistência não devem usar, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária”, diz o texto do município. 

Também reitera a importância do uso de máscara pela população, em qualquer circunstância, pois esse “foi um dos requisitos para a flexibilização e pode contribuir para a redução do contágio”. “A intenção da Prefeitura de Goiânia é conscientizar a população sobre a importância do uso da máscara para ajudar a garantir a saúde de cada um e a saúde do próximo”, informa. 

Uso obrigatório também é regra em outros municípios 

Nos municípios de Rio Verde e Aparecida de Goiânia, por exemplo, também já é obrigatório o uso de máscara para toda a população quando houver necessidade de sair de casa sob pena de multa. Entretanto, as gestões municipais da cidade também não divulgaram se houve pessoas multadas por descumprir a regra.   

Em Aparecida, o prefeito da cidade, Gustavo Mendanha, sancionou a lei que vale para as pessoas que estiverem em espaços abertos ao público ou de uso coletivo; vias públicas; parques e praças; pontos de ônibus e terminais do transporte coletivo e rodoviárias. As máscaras, utilizadas pela população em geral, serão, preferencialmente, de tecido, confeccionadas conforme orientações do MS.

Apesar de considerar a medida drástica, o prefeito alerta que trata-se de uma iniciativa em decorrência do número crescente de novos casos de Coronavírus. “Nosso objetivo com esta lei é proteger a população, pois, como explicam as autoridades de Saúde, a máscara, quando usada de forma adequada, cobrindo a boca e o nariz, pode evitar a disseminação de gotículas de saliva, dificultando a contaminação de uma pessoa para outra”, explicou o gestor municipal.

Pelo projeto, a população fica obrigada a usar máscara nas repartições públicas; comércios; indústrias; agências bancárias e empresas de prestação de serviços. A lei valerá ainda para as pessoas dentro de instituições de ensino público e privadas; em táxis, ônibus e veículos de transporte por aplicativo; fundações, associações e ONGs; templos religiosos e demais locais onde possa haver aglomeração de pessoas.

Multa

As penalidades para quem descumprir a lei, no caso de pessoas físicas, podem ir de advertência a multa no valor equivalente a 33 Unidades de Valor Fiscal de Aparecida de Goiânia (UVFAs), que convertido seria uma média de R$ 106. Atualmente, 1 UFVA corresponde a R$ 3,22. Já as empresas que permitirem a entrada de pessoas sem máscara, informa a prefeitura de Aparecida, poderão ter a licença cassada e pagar multa com valor de 10 a 180 UVFAs. (Especial para O Hoje)  

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