Renato Feder diz ter rejeitado convite para ser ministro da Educação
Secretário de Educação do Paraná afirmou ter sido convidado por Bolsonaro para cargo, mas que seguirá com função no governo estadual| Foto: Reprodução
Eduardo Marques
O secretário de educação do Paraná, Renato Feder, desistiu do convite pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para comandar o Ministério da Educação (MEC). Neste domingo, Renato Feder publicou em suas redes sociais que recebeu ligação do presidente na quinta-feira (1º), mas que declina do convite.
Na nota, Feder afirma que ficou “muito honrado com o convite, que coroa o bom trabalho feito por 90 mil profissionais da Educação do Paraná”, mas que continuará conduzindo os trabalhos na secretaria estadual. O secretário desejou ainda boa sorte ao presidente e uma boa gestão no MEC.
A postura do presidente após o vazamento da escolha de Feder para o MEC incomodou o secretário, que depois do telefonema de quinta-feira já havia trocado mensagens com Bolsonaro e combinado ficar em silêncio até a nomeação. O fato de Bolsonaro não ter se posicionado quando as alas evangélicas e olavistas começaram a empreender ataques a Feder irritou o secretário, que considerou a atitude “desrespeitosa”.
A visão foi de que Bolsonaro deixou Feder “cozinhando em banho maria” enquanto o secretário “apanhava” de aliados do presidente. A postura de Bolsonaro levou o professor a desistir do cargo.
Mais cedo, o secretário já havia se pronunciado no Twitter sobre acusações que vinha recebendo desde que seu nome foi anunciado. O convite provocou reação negativa em vários núcleos do governo, principalmente na ala evangélica, que reivindicou diretamente ao presidente que voltasse atrás. Após resistências, Bolsonaro avisou a alguns parlamentares que o nome de Feder está “fora”.
Neste domingo, Renato Feder postou no Twitter que gostaria de ser avaliado pelo que “pensa e faz hoje, como gestor público, ao invés de um livro escrito há quinze anos”. “Escrevi um livro quando tinha 26 anos de idade. Hoje, mais maduro e experiente, mudei de opinião sobre as ideias contidas nele… Acredito que todos podem e devem evoluir em relação ao que pensavam na juventude. Gostaria de ser avaliado pelo que eu penso e faço hoje, como um gestor público, ao invés de um livro escrito quinze anos atrás…”, escreveu na rede social.