Promessa de Iris Rezende de asfaltar os bairros de Goiânia é antiga, mas não foi cumprida
A falta de pavimentação faz com que o rastro de poeira de alguns bairros da Região Norte perdure por décadas| Foto: Wesley Costa
Igor Caldas
A promessa de Iris Rezende de asfaltar todos os bairros da Capital é antiga, mas ainda não foi cumprida. A falta de pavimentação faz com que o rastro de poeira de alguns bairros da Região Norte perdure por décadas. Moradores do Estância Shagri-lá, Residencial Shagri-lá I e II, Residencial Paraíso e Residencial Antônio Barbosa sofrem com a poeira da estiagem e o lamaçal da época de chuva.
Morador da região, Fausto Erli Alves, diz que a questão do asfalto na região é fantasiosa. “Pavimentação aqui, só no sonho. Esse bairro já teve até verba direcionada para o asfalto, mas o canteiro de obras foi abandonado”. Ele afirma que é a segunda ou terceira empresa que venceu licitação para executar a obra. “Pavimentou duas ruas e não fez mais nada”, lamenta.
O pastor evangélico José Santos morou quatro anos no bairro Estância Shangri-lá. “Me mudei há um ano e o motivo foi justamente a falta de asfalto”, declara. José morava com sua neta e afirma que a criança sofria muito com problemas respiratórios causadas pela poeira. “Ela tossia muito, o tempo inteiro. A poeira fazia muito mal pra ela”, recorda. Hoje, vivendo com sua família em um bairro pavimentado, sua neta já não tosse mais. “Ela melhorou todos os problemas respiratórios, assim que a gente foi embora para um lugar asfaltado”.
Promessas
Moradora da Estância Shangri-lá, a comerciante Luciane Cardoso Moraes da Silva se revolta. A empresa contratada veio aqui fazer a rede e depois foi embora. “O que é falado aqui no bairro é que a prefeitura não pagou a empresa e eles abandonaram o serviço”. Ela alega que na última semana os poucos funcionários que restavam no local foram embora.
“Dessa vez a gente achou que ia acontecer de verdade, mas fomos feitos de trouxa de novo”. É com essa afirmação que a comerciante expõe sua descrença na melhoria do bairro. “Colocaram umas manilhas debaixo da terra e nos deixaram no poeirão”. Luciane recorda que na campanha de 2018 do atual prefeito, ele chegou a afirmar de cima de um carro de som que circulava no bairro, que aquela região seria a primeira da Capital a ser asfaltada em seu mandato.
Saúde
Luciane mora em uma casa com seus dois filhos, um de 15 anos e o outro de 10. Além de nunca conseguir manter a casa limpa, o filho adolescente de Luciane tem reações alérgicas fortes causadas pelo ambiente empoeirado. “Nesse momento ele está ardendo em febre no quarto. O alergista não quis nem passar remédio para alergia, ele sugeriu um tratamento antialérgico à base de vacinas”, declara.
A comerciante diz que foi em médicos especialistas em alergia e otorrinolaringologia para tentar sanar a agonia que seu filho passa todos os dias. “Há 15 dias viemos da alergista depois de fazer centenas de exames laboratoriais, ele está com muita febre e foi diagnosticado que a alergia dele é exatamente por conta da poeira”, conta. Ela diz que o único jeito de diminuir a alergia do seu filho é lutar contra a poeira. “É o estilo ‘dona de casa escrava’, tenho que ficar o dia inteiro com o pano molhado na mão para tentar expulsar o pó vermelho de casa”.
A Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas de Goiânia (Seinfra) informa que o serviço de pavimentação já estão acontecendo no bairro Estância Shangri-lá e até o fim deste ano, 31 bairros serão pavimentados.
Reações alérgicas aumentam no período de estiagem
“O organismo tem uma reação de forma exagerada aos elementos que causam alergia, o corpo perde o controle e gera uma inflamação que pode vir em forma de um quadro gripal, de rinossinusites alérgicas ou até mesmo asma”. A alergista afirma que o organismo sofre com a tentativa de se adaptar a variação de temperatura que temos na época da estiagem. O organismo sofre com essa variação.
“A baixa umidade causa desidratação das mucosas que ficam com mais dificuldade de funcionar corretamente”, explica. A médica ainda diz que o quadro de saúde no período de estiagem se torna mais difícil, principalmente para pessoas alérgicas. Ela explica que o organismo dessas pessoas reage de forma exagerada às mudanças climáticas repentinas.
“O olho coça, lacrimeja e irrita o nariz. Essa condição facilita a infecção por vírus, pois a mão que a pessoa leva ao rosto para coçar o nariz ou o olho pode estar contaminada então ela também vai contrair a doença causada pelo agente infeccioso”, explica. Em tempos de pandemia, a poeira é um fator agravante para a proliferação do novo Coronavírus.