Juíza justifica quebra de sigilo das investigações sobre Afipe e Padre Robson
Segundo Placidina Pires, o caso é de interesse público, como da própria comunidade católica | Foto: Afipe.
Nielton Soares
A juíza Placidina Pires, da Vara
de Feitos Relativos a Organizações Criminosas e Lavagem de Capitais da comarca
de Goiânia, afastou o sigilo das investigações do caso da Associação Filhos do
Pai Eterno e Perpétuo Socorro (Afipe) por entender se tratar de caso de
interesse público.
Segundo a magistrada, assim que
cumpridos os mandados judiciais, não haverá mais necessidade de imposição de
sigilo para o bem do trabalho investigativo. “Com a deflagração da operação e
consequente cumprimento dos mandados judiciais, a comunidade católica, e,
principalmente, os devotos do Divino Pai Eterno, com milhares de fiéis
espalhados por todo o mundo, assim como os colaboradores da Afipe, terão grande
interesse em saber do que se trata o presente procedimento investigatório”, afirmou
a juíza.
Ela entende que não há amparo
legal a imposição de sigilo às investigações tão somente para preservação da
intimidade e imagem do padre Robson de Oliveira Pereira, por se tratar de uma
autoridade religiosa, especialmente considerando que o Ministério Público de
Goiás afirmou que não há nos autos nada a respeito da intimidade ou da vida
privada dos investigados.
A juíza destaca que, “nos termos
preconizados pela Constituição Federal, deve prevalecer o interesse público à
informação ao direito à preservação da intimidade dos investigados, que, na
hipótese, ressalto que não terão revelados aspectos da sua vida íntima ou
privada, apenas as informações relacionadas aos fatos em apuração”.