Vaticano institui comissão para investigar irregularidades em Goiás
Informações chegaram até a Santa Sé após denúncia de um religioso integrante da Província dos Missionários Redentoristas, mesma congregação do padre Robson de Oliveira| Foto: Reprodução / Divino Pai Eterno
Eduardo Marques
O Vaticano vai instituir uma comissão para investigar supostos desvios de recursos de doações e dízimos da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), de acordo com reportagem do Fantástico, veiculada no domingo (23).
De acordo com o secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, representantes da liderança católica mundial estiveram em Goiás para tratar do caso e se reuniram com agentes da Segurança Pública.
As informações chegaram até a Santa Sé após denúncia de um religioso integrante da Província dos Missionários Redentoristas, mesma congregação do padre Robson de Oliveira, investigado pelo Ministério Público de Goiás.
Em carta endereçada ao Vaticano, o religioso narrou suas suspeitas sobre movimentações financeiras atípicas nas obras da Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade, e de outros recursos relacionados à Afipe.
Padre Robson
Também em entrevista ao Fantástico, padre Robson negou qualquer irregularidade na gestão das finanças da Afipe ou dos recursos destinados às obras do santuário. “Respeito muito o Ministério Público, mas acredito que eles vão constatar que não existe essa ação”, afirmou.
O religioso ainda argumentou que nunca usufruiu do dinheiro recebido pela instituição para prazeres pessoais. “Não tenho nada no meu nome. Não tenho patrimônio. Falam de casa de luxo, mas são ambientes bons para descansar, sobreviver e descansar”, disse.
Durante o fim de semana, a Arquidiocese de Goiânia emitiu comunicado informando que Robson pediu afastamento da reitoria da basílica e também da presidência da Afipe “até que se esclareçam todos os fatos”.
Já no domingo (23), o arcebispo metropolitano de Goiânia, Dom Washington Cruz, suspendeu temporariamente o uso de ordens do padre Robson.
Isso significa que, durante o período de suspensão, o padre não pode nem mesmo rezar missas, absolver pecados ou realizar programas de TV ou rádio.