Igor Afonso

Mesmo recebendo uma ligeira valorização nos últimos dias de
negócios do mês, o ovo fechou agosto de 2020 com valor real inferior aos
registrados no mesmo 31 de agosto dos anos de 2016, 2017 e 2019.

Os preços médios obtidos em agosto retrocederam pelo quarto
mês consecutivo e embora apresentando queda de apenas 2,39% sobre o mês
anterior, recuaram ao segundo menor valor de 2020, ficando acima, somente, dos
preços baixos alcançados em janeiro.

Foi constatado que a média atual, contraposta ao que foi
registrado em agosto de 2019, apresenta variação positiva de não mais que meio
por cento. O ruim, no caso, não é ter ficado aquém da inflação acumulada nos
últimas 12 meses e, sim, tremendamente abaixo dos custos de produção,
encarecidos sobretudo por milho e farelo de soja, cujos preços registraram
evolução anual superior a 50% em agosto.

O setor declarou estar sendo forçado a reduzir produção,
porque embora, o preço médio destes oito primeiros meses de 2020 esteja mais de
25% acima do registrado no mesmo período de 2019, os custos evoluíram muito. O
que propiciou esse ganho foram os primeiros momentos da quarentena pela
Covid-19, ou seja, somente no primeiro quadrimestre do ano.