Festival goiano ‘PROCENA’ recebe o espetáculo portugues ‘Dez Mil Seres’, nesta quarta (7)
Grupo ‘Dançando com a Diferença’ apresenta do conceito de Dança Inclusiva e faz parte da programação do festival ‘PROCENA’ | Foto: Reprodução.
Elysia Cardoso
O primeiro dia de atividade do festival ‘PROCENA’ se inicia nesta quarta-feira (7) e será encerrado às 19h com o espetáculo ‘Dez Mil Seres’, com a Cia Dançando com a Diferença, de Portugal. O espetáculo apresenta um poema fonético baseado no poema Ursonate de Kurt Schwitters e tem direção de Clara Andermatt. Já o grupo, com sede no Funchal, Ilha da Madeira, sob a responsabilidade de Henrique Amoedo, tem como principal objetivo fazer artístico a postura de contribuir para a mudança da imagem social das pessoas com deficiência.
O diretor afirma que já esteve em Goiânia, onde conheceu o trabalho desenvolvido pelo PROCENA. “Estive em Goiânia a trabalhar com a Profa. Marlini Dorneles numa iniciativa de implementação da Dança Inclusiva em Goiânia, o projeto Dançando com a Diferença: Arte, Inclusão e Comunidade, contemplado pelo Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás em 2018 e que continua em atividade na Universidade Federal de Goiás”, relembra. Naquela altura também tive a oportunidade de conhecer o belíssimo e importante trabalho desenvolvido pela equipe do PROCENA, que também apoiou a realização do espetáculo”.
Com o objetivo de promover a inclusão por meio das artes a parceria se desenvolveu e na apresentação de hoje ‘ Dez Mil Seres’ traz uma: “Coreografia que nos propõe a ter um novo olhar sobre o que nos rodeia. Um olhar mais profundo, de maior proximidade, talvez até de maior empatia. Propõe ainda que exploremos a necessidade termos mais tempo, o tempo da espera, do repouso. Talvez assim sejamos capazes de ver o mundo de uma outra forma, de descobrir novas realidades”, define o diretor.
O retorno aos palcos
Por meio da realização de trabalhos ousados e inovadores o grupo apresenta ao público um outro olhar sobre a diferença. Em entrevista ao Essência, Henrique relata que as atividades artísticas em Portugal já retornaram e já é possivel o contato direto com o público. “Em Portugal, onde estamos, os teatros já estão a funcionar plenamente e não há restrições para estarmos em palco. Obviamente que há cuidados a tomar nos bastidores e no nosso dia a dia, mas em cena não, o que acho muito bem. Também há, na plateia, a necessidade de manter o distanciamento físico o que reduz a capacidade de público nos teatros, mas o que importa é que a Cultura está aos poucos a retomar os seus espaços”, afirma.
Amoedo também reconhce que os profissionais dedicados aos trabalhos online devem obter a mesma remuneração e investimento que os trabalhadores que atuam em âmbito presencial. “Não podemos esquecer é que há artistas, técnicos, produtores e uma série de outros profissionais a produzir tais conteúdos e que a remuneração e valorização destes deve acontecer da mesma forma. Os custos para a produção de conteúdos digitais existem e ainda há um longo processo a ser feito para que o público, os promotores culturais e todos os envolvidos na circulação de obras artísticas pensem e adequem os seus métodos de trabalho para que o ambiente virtual possa, também, gerar recursos financeiros para o que a produção artístico-cultural continue a existir”, comenta. (Especial para O Hoje)