Covid-19 pressiona Reino Unido a seguir lockdowns de França e Alemanha
Para conter a doença, foi adotado sistema escalonado em regiões. Preocupação é com o colapso dos serviços de saúde | Foto: Reprodução.
O Reino Unido resistia nesta quinta-feira (29) à pressão para impor um
segundo lockdown nacional depois que França e Alemanha adotaram restrições
abrangentes à vida social para conter uma disparada de infecções por CoronavÃrus
que colocou os serviços de saúde no limite.
O governo do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, evitou até o
momento um lockdown de âmbito nacional, preferindo um sistema escalonado de
controles locais concebidos para endurecer as medidas em regiões afetadas e
deixando outras menos limitadas.
Um novo estudo do Imperial College de Londres sublinhou a situação
aflitiva enfrentada pelo Reino Unido, paÃs com o maior número de mortes de
coronavÃrus na Europa, mostrando que os casos da Inglaterra dobram a cada nove
dias.
Steven Riley, o autor do estudo, disse que o governo deveria decidir
rapidamente se quiser seguir o exemplo de França e Alemanha.
“E cedo é melhor do que tarde”, disse Riley, professor de
dinâmica de doenças infecciosas, à rede BBC.
Mas o ministro da Habitação, Robert Jenrick, disse que não acha
inevitável o Reino Unido copiar França e Alemanha e impor restrições nacionais.
“O julgamento do governo hoje é que um lockdown nacional
generalizado não é adequado, faria mais mal do que bem”, disse ele à Rádio
Times
As economias europeias mergulharam na recessão mais profunda já
registrada devido aos lockdowns generalizados adotados no inÃcio da crise, em
março e abril, e as restrições mais recentes apagaram os sinais tÃmidos de
recuperação vistos durante o verão.
Os mercados financeiros se reergueram em parte nesta quinta-feira depois
de uma liquidação brutal no dia anterior, devido a perspectiva de uma recessão
de mergulho duplo.
Os governos estão desesperados para evitar uma repetição dos lockdowns
da primavera, mas foram forçados a agir devido à velocidade das infecções novas
e a uma taxa de mortalidade que cresce continuamente em todo o continente.
Os lockdowns francês e alemão estão mantendo as escolas e a maioria dos
negócios abertos, mas limitam severamente a vida social ao fechar bares,
restaurantes, cinemas e estabelecimentos semelhantes, assim como a movimentação
de pessoas.
A chanceler alemã, Angela Merkel, alertou que “o inverno será
duro”. (ABr)