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quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Econômica

Saneago investe 57,5% a mais e quintuplica lucro no 3º trimestre

Maior parte dos investimentos foi destinada ao sistema de tratamento e abastecimento de água – Foto: Reprodução

Postado em 17 de novembro de 2020 por Sheyla Sousa
Saneago investe 57
Maior parte dos investimentos foi destinada ao sistema de tratamento e abastecimento de água - Foto: Reprodução

Lauro Veiga 

A Saneamento de Goiás S.A. (Saneago) acelerou investimentos no terceiro trimestre deste ano e conseguindo multiplicar por cinco o seu resultado líquido, mesmo pressionada pela pandemia, que ajudou a reduzir receitas com serviços de água e esgoto nos segmentos público e comercial, elevou despesas diante das medidas de proteção adotadas para conter o coronavírus e fez crescer a inadimplência. No total, a companhia investiu R$ 76,845 milhões no trimestre encerrado em setembro, o que se compara com R$ 48,797 milhões em igual período de 2019, correspondendo a um incremento de 57,5%.

A
maior fatia dos investimentos foi destinada ao sistema de tratamento e
abastecimento de água, que recebeu R$ 44,243 milhões (57,6% do total), diante
de R$ 26,282 milhões no terceiro trimestre do ano passado, num aumento de
68,3%. A empresa investiu ainda R$ 29,001 milhões na rede de esgoto, perto de
42,2% acima dos valores investidos entre julho e setembro de 2019, quando o
valor investido havia alcançado R$ 20,402 milhões. Os demais investimentos,
envolvendo aquisição de veículos e computadores, construções de áreas
administrativas e compra e desenvolvimento de softwares, consumiram R$ 3,601
milhões, avançando 70,4% frente ao mesmo trimestre do ano passado (R$ 2,113
milhões).

No
acumulado entre janeiro e setembro deste ano, o investimento atingiu R$ 185,814
milhões, crescendo 29,0% em relação aos nove primeiros meses de 2019, quando
haviam alcançado R$ 144,033 milhões, e já se aproxima do total investido nos 12
meses do ano passado (perto de R$ 188,099 milhões).

Conta
de resultados

A
crise trazida pela pandemia limitou a variação da receita líquida a pouco menos
de 1,0% na comparação entre o terceiro trimestre deste ano e igual intervalo de
2019, saindo de R$ 622,094 milhões para R$ 628,315 milhões. Mas o custo dos
serviços prestados foi reduzido em praticamente 21,0% na mesma comparação,
saindo de R$ 325,987 milhões para R$ 257,594 milhões – principalmente em função
da redução média de 5,08% na tarifa de energia desde a segunda metade de 2019, o
que derrubou as despesas com energia em 3,8% no período, para R$ 53,844
milhões. Além disso, as provisões para fazer frente a perdas encolheram
fortemente, passando de R$ 56,308 milhões para R$ 27,527 milhões (baixa de
51,6%).

As
despesas com amortização e depreciação dos bens lançados no ativo da companhia
(edificações civis e outras instalações, barragens, terrenos, veículos,
máquinas e equipamentos), da mesma forma, sofreram baixa de praticamente 52,5%
no terceiro trimestre deste ano, recuando de R$ 62,320 milhões para R$ 29,646
milhões. Parte dessa retração deveu-se a uma reavaliação da vida útil dos
ativos, contratada pela Saneago a uma empresa especializada. Essa combinação de
fatores impulsionou o resultado líquido da concessionária, que saltou de R$
24,154 milhões para R$ 121,026 milhões entre o terceiro trimestre de 2019 e o
mesmo período deste ano, numa alta de 401,1%.

Balanço

·  
No
acumulado entre janeiro e setembro deste ano, a Saneago registrou um lucro de
R$ 261,156 milhões, avançando 238,1% frente aos nove meses iniciais de 2019 (R$
77,235 milhões). No período, a receita líquida apresentou crescimento de 4,7%,
avançando de R$ 1,666 bilhão para quase R$ 1,745 bilhão. As despesas com
amortizações e depreciação e com provisões anotaram cortes de pouco mais de
51,0% em relação aos mesmos nove meses do ano passado, ajudando a turbinar o
lucro líquido.

·  
Excluídos
fatores que não têm impacto sobre o fluxo de caixa da companhia, o resultado
antes de impostos, juros, depreciação e amortizações (Ebitda, na sigla em
inglês) cresceu 30,0% no terceiro trimestre deste ano, para R$ 228,156 milhões,
e acumulou um total de R$ 557,506 milhões nos primeiros nove meses deste ano,
em alta de praticamente 15,0% frente a igual intervalo do ano passado.

·  
Medida
em relação às receitas líquidas, a margem do Ebitda ajustado chegou a 36,16% no
terceiro trimestre deste ano (28,07% em 2019) e bateu em 31,81% no período
entre janeiro e setembro (28,95% nos mesmos nove meses de 2019).

·  
A
evolução recente do Ebitda e a redução persistente do endividamento líquido da
Saneago, que encolheu 24,1% desde 2016 (de R$ 1,028 bilhão para R$ 780,249
milhões em setembro deste ano), produziram uma queda vertical na alavancagem
(quer dizer, na relação entre dívida líquida e a geração de caixa medida pelo
Ebitda). Essa relação chegou a 2,8 vezes em 2016, havia baixado para 1,9 em
2018, recuando para 1,4 no ano passado e chegando a 1,1 em setembro deste ano,
o que corresponde a uma posição bastante confortável para a empresa, nesta
área.

·  
As
disponibilidades de caixa avançaram 13,5% desde dezembro passado, saindo de R$
169,607 milhões para R$ 192,480 milhões ao final de setembro deste ano, embora
a inadimplência tenha avançado de 6,84% para 11,04% entre os nove meses
iniciais de 2019 e o mesmo período deste ano. De acordo com a administração da
empresa, o aumento nas disponibilidades de caixa refletiua sétima rodada de
emissões de debêntures, no valor de R$ 150,0 milhões, e ainda o plano de
contingência adotado pela companhia para enfrentar a crise produzida pela
pandemia.

·  
O
plano inclui a negociação com as prefeituras para postergação de débitos, a
adesão da Saneago ao adiamento no pagamento de impostos e contribuições
federais (retomado no terceiro trimestre), o parcelamento de dividendos de 2019
aos acionistas em quatro parcelas a partir de julho passado e um programa de
renegociação de dívidas de usuários do setor privado com tarifas em atraso.

·  
Num
reflexo do avanço da inadimplência, o ativo circulante da companhia passou a
registrar um valor de R$ 492,041 milhões como créditos a receber de usuários,
em alta de 41,6% frente a setembro do ano passado (R$ 347,426 milhões). Entre
os dias 19 de março e 7 de novembro, a companhia manteve suspensos os cortes no
fornecimento de energia a clientes em atraso, como forma de aliviar a pressão
sobre os orçamentos familiares no período da pandemia.

 

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