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sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
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Empréstimo

Seis milhões de pessoas pediram empréstimo na pandemia, diz IBGE

Pnad Covid 19 de outubro avaliou 68,7 milhões de domicílios. – Foto: Reprodução/ Agência Brasil

Postado em 1 de dezembro de 2020 por Raphael Bezerra
Prévia da inflação oficial fecha 2020 com taxa de 4
Principal impacto ficou com grupo de alimentação e bebidas | Foto: Reprodução

A Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios da Covid-19 (Pnad Covid19) de outubro, elaborada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que, entre os 68,7
milhões de domicílios avaliados, em cerca de 6 milhões (8,7%), algum morador
solicitou empréstimo. Destes, em 5,2 milhões (7,5%) a solicitação foi atendida,
mas em 801 mil (1,2%), o empréstimo não foi concedido.

Em comparação com o mês de
setembro. houve alta de 0,8 ponto percentual no número de domicílios que
pediram empréstimo. Isso corresponde a uma elevação de cerca de 533 mil no
número de domicílios nos quais algum morador solicitou crédito.

A Pnad Covid19 de outubro,
divulgada hoje (1º) pelo IBGE, mostra que a Região Norte registrou a maior taxa
de recusa de empréstimos. Lá foram cerca de 17,5% dos domicílios com
solicitações recusadas. A maior procura por empréstimos foi na Região Sul
(9,7%). O Sul também foi onde houve a menor taxa de recusa de empréstimo,
aproximadamente, 10,0%.

Afastamento do trabalho

Segundo o IBGE, o afastamento das
pessoas do trabalho por causa do distanciamento social continua em queda. Entre
os 84,1 milhões de ocupados no país, 4,7 milhões estavam afastados do trabalho
por algum motivo, que pode ser licença médica, de maternidade ou férias, e 2,3
milhões afastados devido ao distanciamento. Isso significa recuos de 12,7% e de
22,0%, respectivamente, na comparação com setembro. Desde o início da pandemia,
tais indicadores acumulam quedas de 75,3% e 85,1%, respectivamente.

Em consequência da pandemia, as
pessoas com 60 anos ou mais de idade constituíam, proporcionalmente, o maior
grupo de afastados do trabalho. Esse padrão tem se repetido desde maio quando
começou a pesquisa. Em setembro, o índice ficou em 8,7%, mas, no mês seguinte,
a proporção caiu para 7,2%. Em todos os grupos etários o percentual de
afastamento por esse motivo recuou.

Conta própria

Os trabalhadores por conta
própria e os empregadores registraram o menor percentual de pessoas afastadas
em função da pandemia. As duas categorias ficaram em 1,3%, seguidas pelos
trabalhadores do setor privado sem carteira (1,8%) e os empregados do setor
privado com carteira (2,5%). Entre os trabalhadores domésticos, foram 3,3% no
grupo dos sem carteira e 3,4% no dos com carteira.

No setor público com carteira
eram 7%)e, entre militares e servidores estatutários, 7,9%. “Frente a setembro,
houve redução na proporção de pessoas afastadas em todas as categorias”,
informou o IBGE.

O total de pessoas afastadas do
trabalho sem remuneração caiu para aproximadamente 900 mil. Isso representava
19,2% do contingente de pessoas afastadas do trabalho que tinham. “Em setembro,
o percentual era de 19,8% e vem caindo consistentemente ao longo da pandemia”.
O menor percentual foi na Região Sul (16,3%) e o maior (26,8%). no Norte.
“Frente a setembro, houve redução do percentual de pessoas nestas condições no
Nordeste, Sul e Centro-Oeste, com estabilidade no Sudeste e aumento no Norte”,
indicou o IBGE.

Rendimento

A massa de rendimento médio real
normalmente recebido caiu de R$ 195,5 bilhões em setembro para R$ 194,0 bilhões
em outubro. Para o IBGE, considerando o rendimento efetivo, se constatou um
aumento da massa de rendimento de 1,8% em termos reais passando de R$ 178,3
bilhões em setembro para R$ 181,5 bilhões em outubro. Os trabalhadores por
conta própria (83,9%) e os empregadores (90,2%) tiveram as maiores diferenças
entre os rendimentos habitual e os efetivamente recebidos.

Também em outubro, o rendimento
médio real domiciliar per capita efetivamente
recebido em reais no Brasil ficou em R$ 1.310, ou 1,7% abaixo de setembro em
termos reais, quando registrou R$ 1.332. As regiões Nordeste (R$ 877) e Norte
(R$ 900) apresentaram os menores valores.

Auxílio

A proporção de domicílios
brasileiros que recebeu algum auxílio relacionado à pandemia passou de 43,6% em
setembro para 42,2% em outubro. O valor médio do benefício ficou em R$ 688 por
domicílio. “Ele tinha sido de R$ 864 em maio, ficou em R$ 900 de junho a
setembro e agora houve redução de valor para R$ 688 em outubro”, informou a
coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Maria Lúcia Vieira.

Norte (58,4%) e Nordeste (56,9%)
foram, mais uma vez, as regiões com os maiores percentuais de domicílios
recebendo auxílios, entre os quais o emergencial e a complementação do governo
pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.

Conforme a pesquisa, em setembro
e outubro, 19 unidades da Federação tiveram queda no percentual de domicílios
onde um dos moradores recebe auxílio emergência. Os demais estados ficaram
estáveis. Os maiores índices são os do Amapá (68,6%), do Pará (62,2%), do
Maranhão (61,4%), de Alagoas (60,3%) e do Acre (59,6%). As unidade com menor
proporção são os estados de Santa Catarina (22,9%), e do Rio Grande do Sul
(28,8%) e o Distrito Federal (30%).

Escolaridade  

Em outubro, 46,4 milhões de
pessoas de 6 a 29 anos frequentavam escola ou universidade. O número era
equivalente a 60,1% da população nessa faixa etária. Entre elas, 84,7% tiveram
atividades escolares a realizar, 13,2% não tiveram e 2,1% fizeram porque estava
de férias. O contingente de pessoas que frequentavam escola, mas não tiveram
atividades, ficou em 6,1 milhões, e o de pessoas que tiveram atividades foi de
39,3 milhões.

No ensino fundamental, 11,8% dos
alunos não tiveram atividades escolares. No ensino médio, foram 16,7%; e no
nível superior, 13,9%. Conforme a pesquisa, as diferenças regionais foram
grandes.

No Norte, 27,9% das crianças do
ensino fundamental e 33,8% dos adolescentes do ensino médio não tiveram
atividades, enquanto no ensino superior, o percentual ficou em 28,8%. No Sul,
os percentuais foram bem menores: 3,5%, 5,1% e 9,5%, respectivamente. O
Centro-Oeste e o Sudeste ficaram mais próximos do Sul e o Nordeste, embora
tenha registrado percentuais acima desses, teve índices menores que no Norte.

A Pnad Covid19 revelou ainda que
as pessoas de classes mais baixas, com rendimento domiciliar per capita em salários mínimos, tiveram
percentuais maiores de crianças e adolescentes sem atividades. Entre as que
viviam em domicílios com rendimento per capita de
até meio salário mínimo, 17,9% não tiveram atividades escolares. Na faixa de
domicílios com rendimento domiciliar per
capita 
de 4 ou mais salários mínimos, o percentual era bem
menor (5,8%).

Internação na pandemia  

De acordo com a Pnad Covid19, mulheres
e pessoas pretas e pardas foram as que mais ficaram internadas. Entre as
pessoas que procuraram atendimento em hospitais e apresentaram algum dos
sintomas pesquisados em outubro, 14,2% ou 116 mil precisaram ficar internadas.

De acordo com o IBGE, esse índice
apresentava tendência de queda desde julho, mas voltou a crescer em outubro.
Houve viés de alta também entre aqueles que apresentaram algum dos sintomas
conjugados e procuraram atendimento em hospital. Em outubro, 17,1% ou 44 mil
precisaram ficar internados, enquanto em julho eram 71 mil em julho, em agosto
52 mil e em setembro 40 mil.

Entre as pessoas que precisaram
ficar internadas, as mulheres foram 53,7% entre as com algum sintoma e 58,8%
entre as com algum sintoma conjugado. As pessoas que se declararam de cor preta
ou parda foram as que mais precisaram ficar internadas: 56,0%, entre as com
algum sintoma e 59,1%, entre as com sintomas conjugados. 

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