Organização financeira para início do ano pode ajudar a evitar dívidas
Especialista dá direcionamentos para planejamento de gastos em 2021 | Foto: reprodução
Nathan
Sampaio
O
início do ano é tido como o período de organização financeira: é hora de
colocar tudo nos eixos para que os meses seguintes possam fluir com mais
clareza. Especialmente depois de ano atípico, cujos transtornos gerados pela
pandemia impactaram diretamente na saúde financeira das famílias.
De
acordo com dados de levantamento feito pela Ibope Inteligência, 55% das pessoas
das classes A, B e C, com acesso à internet, tiveram a renda afetada pela
pandemia. Dessas, 66% dizem ter sentido queda superior a 25% no orçamento. A
pesquisa mostra ainda que 51% dos entrevistados afirmam ter
diminuído gastos e 22% começaram a atrasar o pagamento de dívidas.
Para
a situação ser diferente em 2021, o professor de Gestão Leandro Esquincalha, da
Estácio, afirma que o primeiro passo é ter uma boa organização financeira,
começando por uma relação de todas as dívidas previstas para o período, seja no
papel ou em uma planilha digital.
“A
visualização das dívidas nos ajuda a ter clareza para onde nosso dinheiro está
indo de fato, o que faz com que tomemos melhor consciência nas próximas compras
e evitemos um possível comportamento repetitivo de gastos impulsivos”,
aconselha. É essencial que a pessoa sempre confira seu extrato bancário,
monitore, mais do que nunca, a fatura do cartão de crédito e controle as
entradas e saídas da conta.
“Para
quem tem contas atrasadas, a dica é tentar negociar buscando um desconto para
pagar à vista ou tentar um parcelamento”, direciona Leandro.
Para
os que estão com o financeiro saudável, o ideal para mantê-lo assim é
estabelecer objetivos financeiros. Seja fazer uma viagem, comprar um novo
celular ou guardar para a aposentadoria. Saber onde a pessoa deseja investir o
dinheiro ajuda a tomar melhores decisões. O especialista lembra ainda que um
bom planejamento pode levar à diminuição de gastos com supérfluos.
“É
muito importante manter o hábito de saber exatamente quanto se ganha e qual o
valor das despesas fixas, assim, fica mais clara a visualização sobre qual o
valor disponível. Desta forma, é possível ter um controle maior e evitar gastar
mais do que se ganha ao fazer compra de algo que não estava na sua relação de
custos fixos ou que não seja essencial”, afirma o especialista.
Acostumada
com controlar seus gastos, a publicitária Eduarda Martins, disse que nem sempre
foi assim. “Há, mais ou menos, 5 anos, eu não tinha muito controle dos gastos,
e cheguei a fazer uma dívida grande com a qual não consegui arcar. Cheguei a
ficar com meu nome negativado e, após muita organização, paguei a dívida”,
afirmou. Eduarda completou, ainda que, após isso, nunca deixou de planejar seus
gastos e não obteve nenhuma dívida após isso, até hoje. “Construí até uma
tabela no excel”, garantiu ela.
Além
desses passos para a organização, Leandro também aconselha que uma porcentagem
da renda seja guardada todo mês para compor uma reserva de emergência.
“Imprevistos acontecem e para não desequilibrar as finanças, ter um fundo de
reserva é ideal para cobrir os gastos que podem vir sem avisar, como despesas
de hospital, por exemplo. O equivalente a três meses de salário são um bom
começo”, orienta. (Especial para O Hoje)