Peixes – a paixão onipresente
A temporada de Peixes vai de 19 de fevereiro a 20 de março, confira a crônica que encerra os textos sobre astros, de autoria do advogado e escritor Lucas Montagnini | Ilustração: Yuhon
Lucas Montagnini
O pisciano chegou ali por acaso, meio sem saber onde era, quem eram aquelas pessoas e o que estava fazendo ali. Embora tivesse a habilidade de se comunicar com todo mundo, vira e mexe se via perdido dentro dos próprios devaneios – fantasiosos e belos, é ali onde toda a magia acontece. Ele não é avoado, é a própria asa. A liberdade em comunhão com tudo, com o todo.
Ele é um começo complexo sem cronologia certa de meio e fim. Os rompantes de olhar vago nada mais são do que uma leve distração entre ele e o mundo onírico no qual já nasceu permeado. É que ele procura (e sempre acha) beleza em tudo. A representação máxima do amor universal. E ele está sempre apaixonado – pela vida, por uma ideia, uma ideologia ou por você, quem sabe? Nunca se sabe, nem ele sabe. A paixão, aqui, é onipresente.
Peixes é fora do corpo, transborda, excede – exagerado na intuição, no nirvana dos sentidos. Ele é o último suspiro, o derradeiro fechamento do ciclo, aquele que cura, modifica e apazígua. Ele é abrigo silencioso, morada sorrateira e de difícil acesso. É devoção intrínseca, regada a mutualismo, afago e inesperados recados de ”eu te amo”. É um todo imaterial em manifestação de carne, osso e coração. Já pensou em morrer de amor e renascer amado?