Referência nacional, Hugo tem usinas próprias geradoras de oxigênio
Instalado no mês de outubro, o Hospital Estadual de Urgências Dr. Valdemiro Cruz é o primeiro hospital público de Goiás a ter esse sistema | Foto:
Maiara Dal Bosco
Com duas usinas de oxigênio próprias, o Hospital Estadual de Urgências Dr. Valdemiro Cruz (Hugo) vem sendo
referência para o Amazonas,
que atualmente passa por um
colapso na saúde em meio à
pandemia de Covid-19. O Hugo
é o primeiro hospital público de
Goiás a ter esse sistema, que foi
instalado no mês de outubro e
começou a funcionar no início
de novembro, quatro meses
depois do início de seu planejamento.
Segundo afirmou ao O Hoje
o diretor administrativo da
unidade, Luciano Fingergut, o
sistema tem sido motivo de
orgulho para o Hospital. “Orgulho tanto para o Hugo, quanto pra Secretaria de Saúde e
para o Governo do Estado. Nós
fizemos esse planejamento desde o mês de agosto e conseguimos implementar essa usina
no mês de novembro. Com
isso, conseguimos oferecer um
serviço de maior qualidade e
com um menor custo, ou seja,
é possível economizar recursos
do erário público e oferecer o
suprimento de oxigênio com
qualidade e folga para nossos
pacientes”, destacou.
Para Luciano, esse sistema
representa uma grande vantagem para o Hospital. “Temos
uma folga estratégica. Além
disso, temos também um suprimento através de tanque de
oxigênio, que pode garantir,
caso haja alguma emergência
em que a usina deixe de funcionar, pensamos estrategicamente em ter uma reserva de
contingência desse oxigênio,
que garante o funcionamento
de forma contínua por até dois
dias”, pontuou.
Atualmente, duas usinas
produzem 60 m3 de oxigênio
por hora na unidade, dos quais,
são consumidos por hora 40m3
A Engenheira Clínica Lidiany
Leite explica o funcionamento
das usinas. “O oxigênio é captado através da atmosfera, nossos compressores pressurizam
esse gás para a usina, a usina
faz a separação, a filtragem,
todo o processo físico com esse
gás e então ele é administrado
para os pacientes. Ele é levado
aos pacientes com a concentração entre 92% e 98%”, ressaltou. Ainda de acordo com a
engenheira, a reserva que é
produzida e não consumida é
importante porque em caso de
necessidade em futuros leitos,
ou em futuras crises, a unidade
conta com oxigênio para abastecimento.
Amazonas
Nos últimos dias, o Hugo
foi procurado pela Defesa Civil
do Amazonas, que teve interesse em obter informações a
respeito da implementação do
sistema utilizado pela unidade.
Este tipo de serviço auxiliaria
na crise de abastecimento de
oxigênio que o estado amazonense vem enfrentando, principalmente na capital, Manaus,
por conta do aumento de casos
de Covid-19. Atualmente, o
Amazonas vem recebendo doações de cilindros de oxigênio de
outros estados da federação, de
países como Venezuela e China,
além de doações de empresas e
pessoas públicas.
Segundo o Diretor Administrativo do Hugo, o contato
com o Amazonas tem sido contínuo. “Estamos sempre em
contato com o pessoal da Defesa Civil [do Amazonas]. Eles
nos solicitaram informações e
mostramos o funcionamento
de nossas usinas.” Segundo ele,
o objetivo é que o Amazonas
consiga implantar as usinas de
oxigênio em caráter emergencial. Após a procura do estado
amazonense, Luciano destacou também que vários outros
hospitais e secretarias de saúde de municípios, tanto de
Goiás quanto de todo o Brasil,
têm procurado o Hugo para
saber mais sobre o assunto. “O
Hugo tem servido de exemplo
com esse modelo das usinas de
oxigênio. Isso nos enche de orgulho por saber que está saindo do Estado o exemplo para
todo o país”, ressaltou