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domingo, 24 de novembro de 2024
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SEGURANÇA

Sede do Grupo de Repressão a Estupros da Polícia Civil é inaugurada em Goiânia

Prédio no setor Jaó passa a abrigar estrutura inédita no país, que concentra investigações para elucidar crimes sexuais complexos | Foto: Cristiano Borges

Postado em 9 de fevereiro de 2021 por Carlos Nathan Sampaio
Sede do Grupo de Repressão a Estupros da Polícia Civil é inaugurada em Goiânia
Prédio no setor Jaó passa a abrigar estrutura inédita no país

Da Redação

O Governo de Goiás inaugurou na manhã desta terça-feira (09/02), a sede do Grupo Estadual de Repressão a Estupros (Gere). A nova unidade, pertencente à Polícia Civil, é pioneira em todo o país e irá atuar unificando as investigações em andamento nas delegacias de todo o Estado, que sejam relacionadas a casos de abusos sexuais, em especial aqueles com autoria desconhecida e que sejam configurados como crimes em série. O Grupo será diretamente vinculado à Superintendência da Polícia Judiciária (SPJ) e ficará sobre o comando da delegada Karla Fernandes Guimarães. 

Segundo a titular do Gere, a unidade deverá desempenhar um papel importante, trazendo uma unificação ainda inédita no Brasil, para uma elucidação mais célere dessa modalidade criminosa. “A diferença prioritária é que nós teremos uma visão do Estado, sendo que as delegacias tem a visão da circunscrição do município, o que dificulta a elucidação. Então esse grupo vem como um apoio de inteligência, um apoio de ferramenta, unificando e fazendo uma ponte entre todas as delegacias”, destacou. 

Para a maior eficiência do trabalho, o Grupo Estadual de Repressão a Estupros irá ainda contar diretamente com o apoio do Instituto de Criminalística, da Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC), por meio do compartilhamento de informações do banco de dados. “Nesses laudos nós vamos analisar e na medida em que identificarmos que existe um crime em série ocorrendo, acionamos a SPJ, solicitamos que todos os casos sejam encaminhados para e gente, para que façamos uma parceria com a delegacia que já está investigando aquele caso, dando o suporte de análise e inteligência”, informou Karla Fernandes. 

Além da SPTC, o Instituto de Identificação também dará suporte ao trabalho do grupo. De acordo com a delegada, as vítimas de crimes sexuais ainda deverão procurar primeiramente as delegacias da mulher ou da região, para fazer a denúncia. Caso haja indícios de novos casos envolvendo o mesmo autor, a unidade irá entrar em contato diretamente com a vítima. “O atendimento continua nas delegacias, porque o nosso foco não é esse, mas sim a elucidação. A medida que for caminhando a investigação, o Gere procurará as vítimas”, concluiu a titular do Grupo. 

O vice-governador do Estado, Lincoln Tejota, comemorou a criação da unidade, que deverá desempenhar um papel importante, colocando Goiás em destaque nacional. “Nós estamos lançando um projeto que é pioneiro no país, para combater um crime que é abominável a nossa sociedade e que precisa ser encarado, da forma como nós estamos encarando”, afirmou.  “Desde o começo do mandato, o governador Ronaldo Caiado e as nossas equipes criaram um grupo de trabalho para combater a violência contra a mulher e isso vem pra fortalecer mais ainda esse trabalho. É mais segurança para a nossa sociedade”, completou. 

O Grupo, que atua em crimes complexos, foi anunciado em outubro do ano passado por Caiado, ocasião em que o trabalho foi iniciado como mais uma via de atuação para diminuir a impunidade e inibir a incidência deste tipo criminal. “Não vou admitir qualquer nível de agressão contra mulher em nosso Estado”, determinou Caiado na época. 

Para o secretário de Segurança Pública do Estado (SSP-GO), Rodney Miranda, casos como o do maior estuprador em série do Estado, preso em setembro de 2019, suspeito de estuprar pelo menos 50 mulheres, reforçam a necessidade da unidade. “No caso de um criminoso serial, essa celeridade pode auxiliar a poupar outras vítimas. Se a gente consegue elucidar no primeiro ou segundo caso, não haverá outros. Então é chegar mais rápido, mostrar que nós não suportamos esse tipo de crime e ao mesmo tempo acabar com essa modalidade criminosa”, enfatizou. 

O chefe da SSP-GO ainda destacou a queda nas ocorrências de estupro, verificadas na comparação de 2019 com 2020. Para Rodney Miranda, essa é uma das respostas dada pela atual gestão a um crime grave, que deve ser combatido de forma contundente. “Nós buscamos sempre o zero, a não ocorrência do delito. A gente já vem em uma escala de redução e esperamos que aumente mais ainda”, assinalou. 

Durante a solenidade de inauguração, a delegada-geral adjunta da Polícia Civil, Letícia Franco Araújo, ressaltou o pioneirismo da iniciativa e destacou a atuação firme da corporação para mitigar os estupros em Goiás. “É um trabalho que se inaugura, diferente de tudo que já se viu na atuação da Polícia Judiciária no Brasil. Termos esse grupo, que doravante, vai buscar essas informações, consolidá-las e atuar de forma incisiva na sua elucidação, é realmente uma ideia diferenciada, inovadora e que tem tudo para ser de grande valia para a população”, disse. 

Estrutura

A sede do Grupo Estadual de Repressão a Estupros (Gere) foi instalada em uma estrutura da Polícia Civil, localizada no Setor Jaó, em Goiânia e que estava desativada. Para dar lugar a nova unidade, o prédio passou por reforma. A obra foi realizada com o esforço de empresas da iniciativa privada, entidades e diversos órgãos. Entre eles, a Secretaria de Segurança Pública, que auxiliou com a destinação de verba para aquisição dos aparelhos de ar condicionado e o Tribunal de Justiça de Goiás, que encaminhou computadores e outros materiais. Ao todo, foram cerca de R$ 22 mil em doações. 

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