Da redação 

Gravações de áudio mostram padre
Robson de Oliveira, de 46 anos, negociando com advogado e até pedindo a morte de
desafeto que trabalhava em instituição religiosa.  O conteúdo faz parte de investigações
que o Ministério Público de Goiás (MP-GO) e a Polícia Civil (PC) conduzem
contra o religioso e ex-reitor da Igreja Católica, em Trindade.

As gravações são de inúmeras mensagens
de áudio que foram encontradas no celular do sacerdote. Elas foram divulgadas
pelo programa Fantástico, da TV Globo, nesse domingo (21/02).

Segundo o noticiário, muitas
gravações são de reuniões gravadas secretamente pelo próprio padre. Os
investigadores informaram que todas as conversas passaram por perícia técnica
que comprovaram ser mesmo a voz do religioso. O conteúdo foi apreendido em uma
operação conjunta do MP-GO e polícia, em agosto do ano passado.

Em um dos áudios, padre Robson chega
a pedir a morte de um desafeto, Anderson Fernandes, então dirigente da Afipe. “Se
você pudesse matar ele para mim, eu achava uma benção. Acaba com esse cara,
bicho. Isso aí só vai atrapalhar nossa vida. Para mim, até hoje, foi um
atraso”, disse Robson em áudio enviado a advogado.

A defesa de padre Robson afirmou
ao Fantástico que desconhecia as gravações de mensagens e indicou se tratar “de
montagens e adulterações feitas por pessoas inescrupulosas”. O advogado lembrou
que o cliente é na verdade vítima de extorsão e perseguição.

Já Anderson Fernandes afirmou ao
programa que o episódio em que Robson disse que queria matá-lo, era uma
brincadeira. Segundo ele, era costume o religioso fazer esses tipos de
brincadeiras, inclusive na frente dele.

Relembre

Então presidente de associações religiosas
ligadas a Igreja Católica, dentre as quais Associação Filhos do Pai Eterno (AFIPE),
e principal líder religioso da Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade,
padre Robson se tornou alvo de investigações por supostos desvios de dinheiro
das instituições, que recebiam doações de fiéis.

O religiosos é acusado de crimes
de lavagem de dinheiro, apropriação indébita e falsidade ideológica. A suspeita é que tenha sido movimentado irregularmente cerca de R$ 2 bilhões em dez anos,
para compras de fazendas, um avião e uma casa de praia.

Em outubro do ano passado, o
Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) mandou trancar a investigação contra padre
Robson. Porém, o MPGO tenta destrancar a ação no Superior Tribunal de Justiça
(STJ).