Comércio da região da 44 vivencia mudanças em decorrência da pandemia
Um dos problemas enfrentados pelos varejistas é a falta de matéria-prima para produção de mercadorias | Foto: Reprodução
A região da 44, nacionalmente
conhecida pela sua grande variedade de comércios varejistas e de atacado, hoje
transmite um ar de apreensão por parte de seus empresários e funcionários.
Mesmo com um nível de movimentação consideravelmente alto, devido às
circunstâncias da covid-19, os comerciantes têm tido que se reinventar para
manter o fluxo de vendas e manter suas lojas. Segundo empresários da região, no
início de cada ano sempre há uma desestabilizada nas vendas, mas, em 2021, por
conta do vírus da Covid-19, a situação foi ainda mais temerosa.
Ao pensar na região se tornou comum
aos goianos lembrar, além da grande movimentação, do grande fluxo de visitantes
e caravanas de outros estados que vem até o polo fazer compras. Ao contrário
dessa cena corriqueira, hoje, considerando o fluxo anterior, nos deparamos com
uma movimentação reduzida. Segundo o empresário Agnaldo Caixeta, depois do
fechamento do comércio, por quase 3 meses, a reabertura não trouxe o fluxo de
antes. Ele conta que, mesmo seguindo os protocolos sanitários, o cliente, tanto
do varejo quanto do atacado, está sumido.
Leandro Mascarenhas, também
empresário, considera que as lojas abertas estão pagando para trabalhar. O
empresário revela que suas vendas caíram em torno de 80% desde o início da
pandemia. As preocupações não só vem dos empresários da região, como também de
seus clientes. Segundo o varejista Wesley Dourado, os próprios comerciantes que
compram da região estão com medo de suas lojas fecharem e estão economizando,
deixando de comprar na 44.
Diante dessa situação, os
empresários buscam alternativas para manter seu comércio. Dentre as
movimentações estão a busca por vendas online. Segundo a empresária, Dorys Day,
com a pandemia, ela tem recebido diversas mensagens de seus clientes procurando
fazer encomendas online. A demanda, segundo ela, ocorreu pelo medo das clientes
de vir até a capital.
Apesar da migração para as vendas
digitais serem uma alternativa, a empresária diz enfrentar dificuldades devido
ao grande problema com a deslocação e escoamento dos produtos. “Uma cliente de
Salvador me contou que fica sem condições de vir até mesmo buscar a mercadoria
pois lá na cidade dela foi reduzido o número de vendas. É uma situação que fica
difícil para ambas as partes”, afirma Dorys.
Para Leandro, as vendas na internet,
apesar de não suprirem todas as necessidades do comerciante, é uma renda que
consegue segurar o negócio. Segundo o empresário, antes do período de lockdown
ele investiu nessa nova modalidade. Caso haja, novamente, algo parecido, ele
confessa que irá partir novamente para as vendas online. Por outro lado, a
alternativa, para alguns comerciantes, segundo Wesley Dourado, não tem certa viabilidade
devido a capacidade específica cobrada para utilizar as novas tecnologias.
Outro problema enfrentado pelos
comerciantes na 44 é a falta de matéria-prima para a produção das mercadorias.
Segundo eles, o material está demorando para chegar e quando está em mãos tem
uma quantidade muito baixa que é dividida em um número grande de produtores. Os
atrasos e faltas estão fazendo com que grande parte deles fique sem previsões
para exposição e venda dos produtos. A desatualização das peças, segundo os comerciantes,
tem sido um fator, também, que fez com que o fluxo de venda das lojas fosse
reduzido.
Segundo o presidente do Sindicato do
Comércio Varejista no Estado de Goiás (Sindilojas-Go), Eduardo Gomes, as perdas
de 2020 serão revistas. Para ele, apesar de estarmos passando pela segunda onda
da Covid-19, a expectativa para este ano é boa. Com a devida cautela, o
presidente projeta uma reação positiva para o cenário econômico da capital.
Incluso nessa perspectiva está o reaquecimento das vendas e a expansão das
atividades empresariais. Acrescentando que as ações vão depender da aceleração
da vacinação, Eduardo, considerando a posição enquanto empresário, diz estar
disposto a colaborar com o governo. “O momento é de união, de somar forças
contra essa pandemia”, afirma Eduardo.
Como forma de prevenção do contágio
do coronavírus, na edição nº 7491, publicada na tarde de segunda-feira (22/02),
pelo Diário Oficial da Prefeitura de Goiânia, a região da 44 passará a ter um
novo horário de funcionamento. Conforme o decreto, as lojas funcionarão entre
às 7h e 15h de quarta-feira à sábado.