Definido lockdown por 7 dias na Região Metropolitana de Goiânia
Medida, que somente permitirá o funcionamento de serviços essenciais, começa a valer na segunda-feira (01) | Foto: Reprodução
Maiara Dal Bosco
Goiânia e as cidades da Região Metropolitana vão fechar o comércio não essencial por 07 dias a partir da próxima segunda-feira (01). O decreto deve ser publicado ainda neste fim de semana, segundo foi anunciado em coletiva de imprensa sexta-feira (26) pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e pelos prefeitos Rogério Cruz e Gustavo Mendanha após reunião realizada entre o governador e 11 prefeitos das respectivas cidades da Região. A intenção é que permaneçam abertos neste período supermercados, farmácias, postos de gasolina, oficinas mecânicas, borracharias, indústrias essenciais e pet shops.
Segundo o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, a prior, o cenário será avaliado a cada sete dias a partir da próxima segunda-feira, para que seja decidido sobre a continuidade do lockdown ou a retomada das atividades. “Em Goiânia e em Aparecida de Goiânia não temos condições de atender mais ninguém. Anteriormente, o governador já havia apresentado essa preocupação quando o Estado chegou a 90% de ocupação dos leitos de UTO. Goiânia está entre 80 e 84%, e Aparecida está com 81%”, afirmou
O governador ressaltou que a premissa sempre foi salvar vidas. “Este é o nosso compromisso. Precisamos do apoio da população. Ninguém quer causar prejuízo a quem quer que seja.” Segundo ele, o Fórum Empresarial também acolheu as propostas realizadas na reunião de sexta (26).
Contrapartida
Caso o lockdown seja posteriormente estendido para 14 dias, um colapso poderá ser causado no comércio e no abastecimento de produtos de primeira necessidade na Região Metropolitana, de acordo com representantes do comércio e da indústria no Estado.
Antes da reunião entre os prefeitos e o governador, a Associação Comercial e Industrial de Goiás (ACIEG) e a Associação de Bares e Restaurantes em Goiás (ABRASEL) já haviam se posicionado completamente contrárias ao fechamento de duas semanas. Para Rubens Filetti (Acieg), o impacto vai ser terrível e muitas empresas não vão resistir a mais um lockdown.
Situação em Anápolis
A Prefeitura de Anápolis informou ao Jornal O Hoje que, diante da atual taxa de ocupação de leitos de UTI no município, próxima dos 80%, caso o número suba para 90%, é avaliada a possibilidade de lockdown, como previsto na matriz de risco definida pela Secretaria Municipal de Saúde, que regula o panorama de risco na cidade.
“Se o número de pacientes internados continuar aumentando, na hora que nós chegarmos em 90%, a cidade vai ser fechada. Vai funcionar pronto-atendimento na área de saúde, farmácia, supermercado e nós vamos manter com capacidade reduzida a linha de produção das empresas. O resto todo vai ser fechado. A população precisa ter essa consciência”, afirmou o prefeito de Anápolis, Roberto Naves.
Para ele, o foco pelos próximos 15 dias deve ser só um: salvar o maior número de vidas possível. “A realidade que vivemos hoje é bem diferente daquela que a maioria da população está achando que existe. Na primeira onda, nós nunca tivemos com 80% dos leitos ocupados. Posso dizer pra vocês que nessa manhã, dos 50 leitos, mais de 40 já estão ocupados. Continuando assim, dentro de uma semana, nós não teremos mais leitos para atender a nossa população.”, destacou.
Distrito Federal
Na sexta o governo do Distrital Federal antecipou as medidas de contenção da pandemia de Covid-19 e decretou lockdown total a partir da meia-noite de sábado (27). Na sexta-feira, a ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs), na rede pública de saúde, chegou a 98,22%. De acordo com a Sala de Situação da Secretaria de Saúde, apenas um dos três leitos disponíveis é para adulto. (Especial para O Hoje)