Psicofobia, um mal para pacientes e profissionais
Preconceito contra portadores de transtornos mentais causa medo e vergonha a quem possui tais transtornos | Foto: reprodução
Luan Monteiro
A Psicofobia, que é o preconceito contra portadores de transtorno mentais, causa medo e vergonha a suas vítimas. Isso faz com que muitas dessas pessoas neguem sua necessidade de tratamento e até mesmo apresentam certa aversão a ela.
Mesmo com o avanço da psiquiatria e psicologia, a ligação de doença mental com prisões e sanatórios se mantem. E o estigma aumenta com o impedimento de aceitação social. Romper com isso é um desafio para pacientes, psiquiatras e psicólogos.
Para a psicóloga Nathália Ferreira, a psicofobia atrapalha tanto os pacientes quanto os profissionais “A psicofobia também busca amparo na esfera pública e os maiores impactos desse transtorno encontra-se quando o próprio paciente portador não aceita o transtorno e se recusa ao tratamento pelo estereótipo injusto, pela desassistência, a falta de preparo para lidar com pessoas que portam de transtornos mentais.”, explica.
Nathália também avalia os impactos de quando o paciente se recusa a procurar ajuda “A aversão ao tratamento surge primeiramente pelo preconceito, a não aceitação social, a vergonha do próprio diagnóstico, a falta de apoio familiar, e as mais diversas conotações negativas que o acercam, aversão aos próprios profissionais e redes de apoio, bem como de medicamentos, por ter em mente que poderá ser dependente daquilo o resto da vida”, avalia.
“Os impactos que isso gera na vida do paciente são inúmeros, pois a falta do tratamento adequado, assistência e amparo gera maiores recaídas, violência, a depressão, estresse emocional, o desemprego, afetando não só ao próprio paciente bem como a sociedade por um todo”, completa.
Ela também acredita que a porta de entrada para salvar vidas é a disseminação de informações “A disseminação de informação, educação em saúde mental é a porta de entrada para salvar vidas, uma vez que compreendemos que o que faz a Psicofobia é a desinformação e a ignorância, e isso traz sérios problemas, sendo o suicídio o maior deles”.
Para a psicóloga Ana Paula, uma forma de combater os problemas causados por esse estigma é a conscientização da população “Devemos conversar com as pessoas e alertar que esses rótulos não são verdadeiros e que todos possam precisar de terapia” explica. “Conscientizando a todos sobre os problemas que podem ser causados por esse preconceito, muitas pessoas poderão se sentir mais confortáveis para procurar ajuda capacitada e necessária para lidar com seus problemas e traumas. Assim, reconhecendo a doença, é possível melhorar a qualidade de vida do paciente através do tratamento”, completa.