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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Negócios

Na contramão do Brasil, setor de serviço recua 2,3% em Goiás

O setor de transportes foi o que mais impactou o índice na passagem de dezembro para janeiro | Foto: Reprodução

Postado em 10 de março de 2021 por Augusto Sobrinho
Na contramão do Brasil
O setor de transportes foi o que mais impactou o índice na passagem de dezembro para janeiro | Foto: Reprodução

O setor de serviços em Goiás recuou 2,3% em relação ao mês de dezembro do ano passado. Das cinco atividades que compõem a pesquisa, apenas os serviços profissionais, administrativos e complementares registraram crescimento de 14%, em comparação com janeiro de 2020. É a oitava alta seguida. Já as atividades que registraram queda foram os de serviços prestados às famílias, com recuo de 21,8%, que apresentam redução desde março de 2020, quando os primeiros casos da pandemia de Covid-19 apareceram no Brasil; seguido pelos outros serviços, com queda de 11,4%, sendo a segunda queda seguida.

O setor de serviços no país cresceu 0,6% em janeiro, após ficar estável em dezembro. É o oitavo resultado não negativo consecutivo do setor, que acumula ganho de 19,6% no período. O volume de serviços ainda está 13,8% abaixo do recorde histórico, registrado em novembro de 2014, e 3% abaixo de fevereiro de 2020, quando as medidas de isolamento social para controle da pandemia de Covid-19 não haviam sido adotadas. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada hoje (9) pelo IBGE.

O setor de transportes foi o que mais impactou o índice na passagem de dezembro para janeiro, com avanço de 3,1%. Com esse resultado, o setor acumula ganho de 29,6% entre maio de 2020 e janeiro de 2021, mas ainda está 2,7% abaixo do patamar de fevereiro. “Ainda que o crescimento desse setor tenha sido ligeiramente menor que o dos serviços profissionais e administrativos (3,4%), o impacto dele foi maior no resultado geral. Todos os segmentos dentro do setor de transportes mostraram crescimento e esse espalhamento ajuda a explicar o resultado”, diz o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

Entre as atividades de transporte com maior crescimento estão o rodoviário coletivo de passageiros, que inclui ônibus que fazem viagens municipais, estaduais e internacionais, e o aéreo de passageiros. “Isso pode ser um reflexo do aumento da flexibilização das medidas de isolamento, com os traslados das pessoas pelas cidades brasileiras, utilizando transporte público. Talvez essas viagens sejam motivadas pela época do ano, quando acontecem as férias”, diz Rodrigo.

Além dos transportes, o setor de serviços profissionais, administrativos e complementares (3,4%) foi único a crescer em janeiro frente a dezembro. Entre junho e janeiro, esse setor já acumulou ganho de 13,9%, mas ainda não eliminou a perda de 20% entre novembro de 2019 e maio do ano passado. “O que mais chamou atenção dentro desse setor foi a expansão dos serviços técnico-profissionais, como serviços de engenharia e atividades correlacionadas a engenharia e arquitetura”, afirma o pesquisador.

Houve queda nos três outros setores investigados pela pesquisa. A maior retração foi em outros serviços (-9,2%), que devolveu o ganho acumulado de 5,7% entre novembro e dezembro. “As perdas mais importantes desse setor vieram de corretoras de títulos e valores imobiliários. Esse segmento de serviços financeiros auxiliares tem uma característica importante, que é o pagamento de taxas de performance no mês de dezembro. Então as receitas mudam e a base de comparação é mais elevada. Isso acaba trazendo algum tipo de devolução importante no mês subsequente, que é janeiro”, explica.

Os serviços de informação e comunicação (-0,7%) perderam parte do ganho acumulado de 4,7% entre setembro e dezembro de 2020. “As quedas no mês de janeiro foram pressionadas, principalmente, pelos serviços de desenvolvimento e licenciamento de software, atividades de TV aberta, consultoria em tecnologia da informação e portais, provedores de conteúdo e ferramentas de busca na internet”, diz Rodrigo.

Já os serviços prestados às famílias tiveram retração de 1,5%, a segunda taxa negativa seguida, e acumularam no período uma perda de 5,5%. Com isso, há uma retração do avanço acumulado de 68,5% pelo setor entre agosto e novembro de 2020.

Na comparação com o mesmo período de 2020, o volume do setor de serviços recuou 4,7% em janeiro, registrando a décima primeira taxa negativa seguida para este tipo de indicador e queda em quatro dos cinco setores investigados pela pesquisa. A maior influência negativa veio dos serviços prestados às famílias (-27,6%), pressionados, principalmente, por atividades tradicionalmente presenciais, como restaurantes, hotéis e serviços de bufê.

Os outros recuos nesse indicador vieram dos serviços profissionais, administrativos e complementares (-6,7%), dos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-4,0%) e dos outros serviços (-2,2%). O único setor que cresceu em janeiro de 2021 na comparação com o mesmo período do ano anterior foi o de informação e comunicação (1,7%).

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