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domingo, 24 de novembro de 2024
Colapso

Com UTIs 95% ocupadas, falta de insumos preocupa em Goiás

Número de óbitos em Goiás subiu para 9.279, taxa de letalidade chegou a 2,19% | Foto: Reprodução

Postado em 11 de março de 2021 por Augusto Sobrinho
Mais de 50% dos pacientes que passaram por UTI morreram em Goiás
Desde o início da pandemia em Goiás

Maiara Dal Bosco

A taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para tratamento de Covid-19 nos hospitais sob gestão estadual chegou a 95% de ocupação na tarde de ontem (10). Além das UTIs cheias, outro problema vem sido relatado por médicos e profissionais de saúde: a falta de insumos básicos e equipamentos de proteção, os chamados EPIs.

De acordo com o médico e presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou, ainda não é possível saber se a situação da falta de insumos é algo pontual ou se virará uma rotina. “É algo que chama atenção, nós estamos falando de coisas que sempre tivemos acesso em abundância, luvas, seringas, oxigênio, relaxante muscular, antitérmico, nunca houve uma preocupação porque é algo que você sempre teve acesso e agora há uma dificuldade, e quando você acha, a preços absurdos, fora do normal.”, afirmou.

Segundo ele, o momento vivido é de colapso. “Chega uma hora em que não tem outra palavra, se eu tenho mais pacientes do que leitos, se as pessoas estão entubadas no pronto socorro porque não há leito em CTI, eu não consigo acesso aos medicamentos, se não tem como transferir, se isso não é colapso, não sei mais o que é.”, afirmou, em entrevista a uma televisão da Capital.

Sobre os leitos de UTI, o Superintendente de Atenção Integral à Saúde, Sandro Rogério Rodrigues afirma que a grande questão da organização destes é justamente para resolver um problema que poderia ter sido resolvido antes, ou seja, a não contaminação das pessoas e evitar a internação hospitalar. “A gente tem operado com as taxas bastante altas, acima de 90, 95%, existe possibilidade ainda de abertura de leitos, mas poucos leitos, não são tantos leitos assim pra população ficar despreocupada e não seguir as medidas sanitárias que foram intensamente noticiadas e que precisam ser seguidas.”, pontuou.

De acordo com ele, outra preocupação é a retirada de leitos antes para tratar questões não relacionadas à Covid-19, para o tratamento da doença. “A rede Covid de Goiás foi trabalhada à parte da rede que já existia. Com esse aumento exponencial do número de casos, a gente já está começando a utilizar parte desses leitos, que são para outros problemas de saúde para fazer atendimento de paciente Covid. Já temos isso operando no próprio Hugo, Hugol, CRER”, destacou.

Cirurgias eletivas

Exemplo disso aconteceu já com o Instituto de Assistência dos Servidores Públicos de Goiás (Ipasgo), que prorrogou a suspensão das cirurgias eletivas (não consideradas de urgência) no Estado. A decisão cumpre determinação do governo do Estado visando aumentar a disponibilidade de leitos para atender pacientes com Covid-19. Anteriormente, o Ipasgo já havia suspendido as cirurgias eletivas em abril de 2020, tendo as retomado no mesmo mês. Já em 2021, a suspensão voltou a ocorrer em fevereiro.

Secretaria nega

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde afirmou que não há registros de falta de medicamentos para intubação e insumos nos hospitais públicos e conveniados e conveniados ao Sistema Único de Saúde sob gestão estadual. Com relação ao oxigênio, a SES-GO informou é realizado monitoramento frequentemente e, até este momento, não há indicativo de falta do insumo na rede estadual. Segundo a Secretaria, algumas unidades, na capital e interior, contam com usinas próprias para produção do gás. Importante ressaltar que as próprias empresas fornecedoras relataram que, para a rede estadual de Goiás, mesmo que todos os leitos estejam sendo utilizados, não há sinalização da falta do gás.

Dados atualizados

Segundo dados divulgados ontem (10) pela SES-GO, são registrados em Goiás, 423.009 casos confirmados de Covid-19. O número de óbitos subiu para 9.279 e a taxa de letalidade chegou a 2,19%. Somente em Goiânia, são 117.508 casos confirmados e 2.804 mortes. Nas últimas semanas, a taxa de letalidade era de 2,14%. Dezesseis, das dezoito Regiões de Saúde em que o Estado foi estratificado pela Secretaria, seguem em situação de Calamidade. As Regiões Norte e Nordeste II permanecem em situação Crítica. (Especial para O Hoje)

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